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Na Índia: relatos sem filtros

"Eis-nos na Harrison Road, o Bazar do bengali com a sua vida misteriosa. Se me dissessem que aqui desaguam avenidas subterrâneas, eu responderia: 'Com certeza'. Um cientista que desça ao fundo do mar não se depara com um mundo mais desconhecido do que o mundo que se oferece ao Branco nos dédalos de Calcutá. Se o espanto afogasse, cairíeis redondos."

Em 1922, Albert Londres (1884-1932) encontra-se em Calcutá, no lendário Great Eastern Hotel. Prepara-se para descobrir um “império britânico” de 217 milhões de hindus, 77 milhões de muçulmanos, 11 milhões de budistas, 4 milhões de cristãos e 3 milhões de siques. Albert Londres é particularmente sensível às reivindicações nacionalistas que se exprimem através de três personagens invulgares: Nehru, Gandhi e o poeta Rabindranath Tagore.
Primeiro correspondente de guerra francês (encontrava-se em Reims quando os alemães bombardearam a catedral, em 1914), o tom livre das suas crónicas desagradaria sobremaneira aos militares, que o consideram insolente e incontrolável. É este estilo livre (e, por vezes, inflamado), que vai manter ao longo da sua vida e que lhe granjeia um sucesso crescente.

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