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“Momento atual corresponde a espécie de estado de guerra”

O antigo ministro da Economia Luís Braga da Cruz diz que medidas terão custos sociais “elevados”, mas é preciso evitar que o sistema de saúde entre em colapso.

Como avalia a decisão de um novo confinamento geral?
Estamos perante um surto com crescimento muito intenso. Apesar de possuirmos hoje mais conhecimento e outra nova capacidade de reacção, temos de ser suficiente sábios e corajosos para inflectir este triste momento, em que tudo se descontrolou. O que está em causa e tem prioridade sobre todas as outras consequências que se antecipam? Evitar que a capacidade de resposta do sistema de saúde, não entre em colapso. Por outro lado, nada pode justificar o crescimento do número de óbitos, como um mero dano colateral, que atinge sobretudo os mais idosos. Se as taxas de crescimento não forem reduzidas imediatamente o risco de tudo colapsar é muito grande. Além de que não é socialmente aceitável abusar do estado de cansaço, ou mesmo de esgotamento, dos profissionais de saúde. Tudo o resto tem de se submeter aquele imperativo. Em paralelo, tem de ser usadas as medidas de mitigação social e económica que forem compatíveis com a nossa economia, aproveitando as medidas específicas que a União Europeia, vai disponibilizar para melhorar a nossa capacidade de resiliência. Ser resiliente significa ser capaz de se adaptar à mudança. O momento actual corresponde a uma espécie de estado de guerra, que reclama disciplina e solidariedade.

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