A taxa de inflação em Moçambique desacelerou para 3,96% em julho em termos homólogos, depois de, em junho, ter aumentado para 4,15%.
A atualização consta do boletim mensal publicado esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) moçambicano, que reporta uma queda dos preços em torno de 0,22% em julho nas cidades de Maputo, Beira, Nampula, Quelimane, Tete, Chimoio, Xai-Xai e Província de Inhambane.
O INE lista, entre os produtos cuja descida de preço mais contribuiu para a variação de julho, o tomate (8,7%), gasóleo (4,8%), gasolina (1,5%), couve (6,4%), repolho (15,9%), cebola (4,7%) e alface (10,2%)", com um peso de -0,33pp.
Em contracorrente encontram-se o peixe seco (2,6%), carvão vegetal (4,6%), sumos naturais (3,6%), carne de bovino (3,7%), pão de trigo (0,8%), peixe fresco (1,0%) e refrigerantes (2,1%), que "contribuíram com cerca de 0,20pp positivos no total da variação mensal", acrescenta o gabinete de estatísticas liderado por Eliza Mónica Ana Magaua.
Considerando o acumulado do ano, Moçambique registou "um aumento do nível geral de preços na ordem de 0,97%" de janeiro a julho.
Em julho, o governo moçambicano pronunciou-se sobre a trajetória da inflação, prevendo que os preços continuem a descer até 2028. Em 2024, a inflação "manteve-se relativamente controlada", apesar "de pressões sazonais e choques nos preços dos bens alimentares e combustíveis", de acordo com o Cenário Fiscal de Médio Prazo (CFMP) em Conselho de Ministros no final de junho.
"No período 2026–2028, antecipa-se uma trajetória de moderação gradual da inflação, convergindo para a meta de médio prazo do Banco de Moçambique, situada em cerca de 3,2%, assumindo a manutenção da disciplina fiscal, estabilidade cambial e ausência de choques externos significativos", é possível ler no documento do Governo.
A Oxford Economics atualizou igualmente as previsões da inflação para este ano, apontando para uma média de 4,4% em 2025, admitindo, porém, "aumento acentuado" em 2026 devido à esperada desvalorização do metical.
"Devido às escassas reservas cambiais, ao aumento da dívida pública e à sobrevalorização da moeda, prevemos que as autoridades moçambicanas serão pressionadas a desvalorizar a moeda em 2026, pelo que antecipamos um aumento acentuado da inflação em 2026", admitem os analistas da mesma consultora, em reação aos números da inflação em junho.