Na realidade, os receios maiores relacionados com uma acentuada e decisiva ascensão dos partidos mais populistas e eurocéticos não se verificaram, tendo na prática vencido os grupos de partidos com matriz mais europeísta e de centro. O Partido Popular Europeu (onde está inserido o PSD) foi o partido mais votado, tendo ao eleger 178 deputados, enquanto o Socialistas e Democratas (onde está inserido o PS) elegeu 152 membros. Por fim, a Aliança dos Democratas e Liberais pela Europa (ALDE) obteve 108 lugares (mais 40 lugares do que actualmente), enquanto o grupo dos Verdes Europeus elegeu 67 representantes, mais 15 assentos, e tornou-se no quarto maior grupo do Parlamento Europeu.
Por outro lado, se os europeístas do centro político aguentaram este embate, a verdade é que a conjuntura tradicional alterou-se e a maioria é agora mais fragmentada. Os dois maiores grupos parlamentares do centro (PPE e S&D perderam no seu conjunto 74 deputados) já não detêm controlo maioritário do Parlamento, o que exigirá mais negociações e prováveis alterações à rota atualmente traçada de haver mais reformas em prol de maior integração fiscal. Ou seja, há politicamente menos espaço para populistas, mas também menor ímpeto europeísta.
Menos populismo, mas menos força para o euro
Os resultados das eleições para o Parlamento Europeu irão exigir maior disponibilidade para equilibrios entre os partidos tradicionais do centro político, e uma maior resistência a maior integração dentro da União Europeia (UE).
