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Mário Soares: da economia como mero instrumento político

Já não espanta ninguém que a economia seja a primeira preocupação dos políticos que tentam ascender à condição de primeiro-ministro e os portugueses há já muito que deixaram de achar estranho que a política seja uma espécie de alínea possivelmente dispensável no quadro geral das disposições económicas que enchem os discursos de todos os candidatos, quase sem exceção.

Mas há muitos, muitos anos atrás, não era assim. Quando Mário Soares, de quem se comemora este ano o centenário do nascimento, era primeiro-ministro, sucedia precisamente o contrário. Ele próprio, considerado uma espécie de pai da democracia – com certeza que a função de mãe fica reservada para Francisco Sá Carneiro – “tinha sobre a economia uma visão meramente instrumental”, admite o Embaixador Francisco Seixas da Costa, que o conheceu bem, em declarações ao JE. “A economia era uma coisa para os técnicos, pensava Mário Soares, que entendia não ter de gastar muito tempo a pensar nela”. “Os técnicos que tratem disso, costumava dizer, no que era precisamente igual ao presidente francês, François Mitterrand”, recorda

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