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Luís Miguel Ribeiro: próximo governo "deve prestar atenção redobrada" às exportações

Projeto Portugal Export +60'30 estará esta tarde no terminal de cruzeiros de Leixões para dar conta dos objetivos que estão por trás da iniciativa.

As exportações portuguesas já valem mais de 50% do PIB, mas “podem valer 60%”. E é neste contexto que a Associação Empresarial de Portugal (AEP), juntamente com o Novo Banco e a APDL criaram o projeto Portugal Export +60'30. As exportações “induzem o aumento da produtividade, do emprego e da riqueza”, referiu ao JE o presidente do Conselho de Administração da AEP, Luís Miguel Ribeiro. A iniciativa, que tem esta tarde, no terminal de cruzeiros de Leixões, uma primeira apresentação pública, pretende incentivar as exportações portuguesas a atingir os 60% do PIB em 2030. Do projeto constam várias iniciativas, promovidas na figura de almoços-debates – inovação, capital humano e de investimentos foram alguns dos temas já abordados.

O colóquio desta tarde terá como principal ponto de trabalho a análise do que o projeto já conseguiu reunir. Mas, num contexto de campanha eleitoral, Luís Miguel Ribeiro não quis deixar lançar um recado: o próximo governo que vai sair das eleições legislativas “deverá prestar uma atenção redobrada às recomendações do projeto” lançado pelos três parceiros.

Mas o Portugal Export +60'30 pretende também alertar as empresas para uma série de boas práticas que possam, do seu lado, induzir o aumento da exposição das organizações às exportações. E é nesse quadro que os três pilares – inovação, capital humano e investimento – são, para Luís Miguel Ribeiro de uma grande importância, dado que só com inovação é possível produzir bens de elevado valor acrescentado, criar produtos diferenciados ou conceber processos mais eficientes no fabrico, na promoção, na distribuição e na comercialização, referiu. Mas para isso é preciso capital humano e investimento.

A iniciativa para o aumento das exportações surge como alternativa ao que o próprio Orçamento do Estado induzia: o aumento do consumo interno como forma de manter vivo o crescimento. Para as entidades que estarão esta tarde no terminal de cruzeiros, deve ser o ‘consumo externo’ e não o interno a liderar o crescimento do PIB.

A CIP também se tem associado a uma série de iniciativas em prol do crescimento das exportações – mas não só: da presença de empresas portuguesas nos mercados internacional. “Não é a mesma coisa enviar contentores para os mercado externos ou estar presencialmente nesses mercados”, referiu a semana passada o presidente daquela estrutura patronal, Armindo Monteiro, em declarações ao JE.

O andamento das exportações em 2023 tem sido assimétrico e nem todos os sectores de atividade têm conseguido responder da mesma forma. Assim, o sector dos componentes automóveis conseguiu no final do ano passado atingir um pico máximo de exportações – ao mesmo tempo, os têxteis (por exemplo) não conseguiram atingir o recordo que tinham obtido em 2022.