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Liga dos Campeões. "Dragões" entre a frente ucraniana e o poderio catalão

Um espanhol, um ucraniano e um belga entram num grupo e encontram um português. Este poderia ser o início da história do grupo H, que começa a ser disputado esta terça-feira, no qual o FC Porto vai enfrentar três campeões nacionais. Para já, os "azuis e brancos" entram na "Champions" com mais de 41 milhões no bolso.

O FC Porto inicia esta terça-feira a sua caminhada na fase de grupos da Liga dos Campeões, em Hamburgo (devido ao conflito na Ucrânia), frente ao Shakhtar Donetsk, depois de na época passada ter sido eliminado pelo Inter de Milão, nos oitavos-de-final da competição, e ter arrecadado quase 61 milhões de euros, a terceira maior receita dos "dragões" na competição.

Apesar de ainda não ter disputado qualquer partida, o FC Porto já garantiu 41,7 milhões de euros: 15,6 milhões pela presença na fase de grupos, aos quais se adicionam 26,1 milhões de euros pelo coeficiente a 10 anos.

Os 60,9 milhões de euros ficam apenas atrás dos valores alcançados nas temporadas de 2018/19 (80,7 milhões de euros) e de 2020/21 (73,7 milhões de euros), onde os 'dragões' atingiram, em ambas as ocasiões, os quartos-de-final da competição.

FC Porto entre três campeões

No campo, a história até poderá ser outra mas, do que podemos analisar dos valores das equipas, com base nos dados do site "Transfermarkt", este é um grupo que em teoria será marcado pelo desequilíbrio. Em quatro equipas, só uma não foi campeã na época passada: o FC Porto.

Se o campeão belga Royal Antuérpia e o vencedor da liga ucraniana, Shakhtar Donetsk, estão muito próximos em termos de valor de mercado (98,2 milhões e 106,6 milhões respetivamente), portugueses e espanhóis estão noutro patamar. O FC Porto apresenta uma avaliação de 282,5 milhões de euros enquanto o FC Barcelona, vencedor da La Liga na época passada, está avaliado em 814,3 milhões de euros.

Apesar de ser "apenas" a sétima equipa mais valiosa da prova, os catalães valem praticamente o dobro das outras equipas do grupo juntas e quase dez vezes mais do que o campeão belga. Já os portistas, valem mais do que ucranianos e belgas juntos e quase três vezes mais do que o primeiro adversário desta fase de grupos: em teoria, o Shakthar será a equipa que irá disputar com o FC Porto o segundo lugar no acesso à fase seguinte da 'Champions'.

Como foi o mercado no grupo H?

O FC Porto, que já venceu todas as competições europeias existentes, vendeu o passe de Otávio para a Arábia Saudita por 60 milhões de euros, e foi buscar dois médios (um deles ao FC Barcelona), um avançado e um extremo esquerdo. A grande notícia para os portistas foi a permanência de uma das grandes estrelas da equipa: o titular da baliza da Seleção portuguesa, Diogo Costa (45 milhões). No plantel evidenciam-se três jogadores acima dos vinte milhões de euros: Pepê (25 milhões), Galeno (20 milhões) e Evanilson (22 milhões). Medhi Taremi (avaliado em 18 milhões de euros) continua a ser a grande estrela desta equipa.

Com uma dívida de mil milhões de euros e uma gestão marcada por problemas financeiros, o FC Barcelona (quatro vezes campeão da Europa) teve que ser criativo na preparação desta temporada: gastou uns surpreendentes 3,4 milhões de euros e fez vendas no valor de 105,4 milhões de euros. Mesmo assim, fez um mercado muito interessante mantendo estrelas como Pedri (100 milhões), Gavi (90 milhões), Ter Stegen (35 milhões) e Ferran Torres (30 milhões) e garantindo, por empréstimo, uma dupla de luxo portuguesa: João Félix (50 milhões) e João Cancelo (50 milhões).

O Shakhtar Donetsk, vencedor da Taça UEFA em 2009, chega à fase de grupos como campeão ucraniano e com as naturais dificuldades que qualquer outra equipa de um país em guerra teria que enfrentar num cenário exigente como é a "Champions". Os ucranianos fizeram vendas no valor de 10 milhões de euros (transação de Anatoliy Trubin para a Luz) e contrataram com moderação: 12 milhões de euros. A grande movimentação de mercado foi conseguir manter valores como o defesa Mykola Matvienko (20 milhões), o médio ofensivo Georgiy Sudakov (15 milhões) e o ponta-de-lança Lassina Traoré (7 milhões de euros).

Sem qualquer troféu internacional no currículo, o Royal Antuérpia fez um mercado discreto mas com valores aos quais devemos estar atentos. Vendeu dois defesas por 22 milhões de euros e gastou pouco mais de 10 milhões de euros num avançado, num médio defensivo e num extremo-direito. No plantel ficaram alguns dos melhores jogadores do campeão belga: Jean Butez (8 milhões), Owen Wijndal (8 milhões), Arthur Vermeeren (avaliado em 17 milhões de euros, este é um dos médios mais promissores do futebol europeu) e o goleador Vincent Janssen (9 milhões).