Os muçulmanos festejam este ano o Ramadão entre 11 de março e 10 de abril, e todos os analistas consideram que será um período de fortes problemas de insegurança em Israel e mais particularmente em Jerusalém. O governo, ciente de que será um período especialmente difícil de gerir em termos de segurança – com os ânimos ainda mais ‘sobreaquecidos’ com a guerra na Palestina –, está a tentar encontrar uma resposta necessariamente musculada, mas ao mesmo tempo aceitável pelos muçulmanos.
Para isso, e segundo os jornais israelitas, a primeira medida foi afastar o ministro da Segurança Nacional, o extremista Ben Gvir, das tomadas de decisão. Conhecido pelas suas posições extremadas e violentas em relação tanto aos palestinianos como aos israelitas árabes, Ben Gvir exigiu há dias a proibição de muçulmanos palestinianos visitarem a mesquita de Al-Aqsa durante o Ramadão. O ministro queria mesmo que até os cidadãos palestinianos de Israel com menos de 70 anos sejam proibidos de entrar no templo mais mítico para os muçulmanos em Israel.
Vale a pena recordar que Itamar Ben Gvir visitou o Monte do Templo 27 de julho de 2023, o que lançou palestinianos e israelitas numa tensão que já não era vista há muito. Os confrontos e as mortes começaram a avolumar-se a partir daí, e alguns dão mesmo razão aos analistas que tentam estabelecer uma ligação direta entre a visita – contestada transversalmente por todas geografias, Vaticano incluído – e os acontecimentos de 7 de outubro.
O gabinete de guerra decidiu não seguir os ‘’sábios’ conselhos de Ben Gvir e decidiu não impor restrições abrangentes contra israelitas árabes no Monte do Templo no Ramadão no próximo mês. E decidiu também que será o único órgão a tomar decisões sobre política no Monte do Templo durante a festividade muçulmana. A polícia será encarregada de determinar o limite para os fiéis muçulmanos no complexo Monte do Templo/Haram al-Sharif com base estritamente em preocupações de segurança.
Como nos anos anteriores, as restrições a fiéis muçulmanos específicos serão determinadas com base nas informações da inteligência do Shin Bet. Entre 50 mil e 60 mil fiéis serão permitidos inicialmente no local, e o número será ampliado se não houver incidentes de segurança.