Uma fonte envolvida nas negociações para a libertação dos prisioneiros israelitas detidos pelo Hamas na Faixa de Gaza disse ao jornal "Haaretz" que todas as partes envolvidas expressaram otimismo sobre a possibilidade de concluir o acordo dentro de alguns dias.
De acordo com a mesma fonte, Israel ainda não informou sobre a sua prontidão para libertar prisioneiros de segurança no âmbito das negociações indiretas com o Hamas, mas acrescenta que o anúncio de Israel da disposição de permitir ajuda humanitária foi um passo importante que poderia promover o entendimento entre as partes.
Mas tanto os acordos como as negociações estão dependentes de humores que mudam a todo o instante: já depois das notícias sobre um eventual acordo, fontes palestinianas disseram à agência Reuters que, após o ataque ao Hospital Al-Shifa, na Faixa de Gaza, o Hamas suspendeu as negociações para a libertação dos reféns.
De qualquer modo, Israel ainda não deu o seu consentimento nas negociações indiretas que estão a ser conduzidas com o Hamas no Qatar, mas altos funcionários israelitas não descartaram nos últimos dias a possibilidade de Israel realizar a liberação como parte do acordo.
Fonte do governo dos Estados Unidos confirmou à NBC News que há um possível programa de troca entre Israel e o Hamas – que pode vir a incluir a libertação de 80 mulheres e crianças que se encontram no enclave, em troca de mulheres e adolescentes palestinianos presos em Israel.
Ma um ataque israelita este domingo ao Hospital Al-Shifa, na Faixa de Gaza, fez com que o Hamas tivesse de imediato suspendido as negociações sobre os reféns.
Revelando mais uma vez o empenhamento dos Estados Unidos na questão dos refugiados, a cadeia televisiva NBC informou este domingo que o presidente Joe Biden vai enviar o seu principal conselheiro para assuntos do Oriente Médio, Brett McGurk, a Israel e ao Qatar esta semana como parte dos esforços para promover a libertação dos prisioneiros. Segundo a mesma fonte, a Casa Branca tem demonstrado ao governo de Israel, com cada vez menos subtiliza, o incómodo com a forma como está a atuar no terreno, em Gaza.
Entretanto, aumentam todos os dias os distúrbios, a violência e o número de mortos na Cisjordânia – onde há cada vez mais relatos da pressão que os colonos israelitas estão a fazer sobre os palestinianos (que vivem no seu próprio país) para os afastar para paragens mais longínquas – o que quer dizer que há um esforço concertado dos colonos para aumentar a apropriação de novos terrenos ilegalmente.
Também este domingo, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, disse em entrevista à CNN que "deve haver uma liderança política unificada tanto na Cisjordânia como em Gaza. A Autoridade Palestiniana é a liderança política na Cisjordânia. A longo prazo, é claro, a determinação de como a Cisjordânia e Gaza serão governadas caberá ao povo palestiniano", mas neste momento seria a melhor opção.
Sullivan sustentou também que "há negociações intensas em andamento em Israel e no Qatar, e os Estados Unidos estão envolvidos nessas negociações. O Egipto e outros países também estão nas negociações. E o objetivo é fazer o que for necessário na mesa de negociações para garantir o regresso seguro de todos os reféns, incluindo os americanos”.