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Israel: governo de Netanyahu recusa todos os pedidos para acabar com a guerra

O primeiro-ministro israelita, que esta semana terá de apresentar-se em tribunal, regressou, como havia prometido, à guerra total. O número de civis portos voltou a disparar.

Tal como estava prometido, o fim do cessar-fogo entre as forças de defesa de Israel (IDF) e o Hamas fez regressar em força a violência à Faixa de Gaza e a morte de civis voltou a disparar, tendo ultrapassado, segundo algumas fontes, as setecentas mortes em apenas um dia. Israel – ou o governo de Israel – tem-se mostrado entretanto, completamente insensível às dezenas de apelos para que o cessar-fogo regresse e tome uma consistência permanente. Desde o Vaticano até à Casa Branca, vários estadistas têm pedido a Israel para que aceite o fim da guerra.

Ao contrário, Israel retomou os ataques e o primeiro-ministro disse que a obtenção dos objetivos propostos – acabar com o Hamas e fazer regressar a segurança ao Estado hebraico – não podem ser alcançados senão com o desenvolvimento dos ataques terrestres. Por outro lado, Israel voltou, segundo algumas fontes, a impedir a entrada de ajuda na Faixa de Gaza. E há mesmo quem afirme que o governo de Netanyahu estará interessado em impedir que muitos palestinianos possam regressar às suas casas no norte do enclave – o que poderia ser uma forma de diminuir o número de civis a viver ali.
Entretanto, a violência está cada vez mais presente na Cisjordânia, com um número cada vez maior de relatos de recontros entre palestinianos e moradores nos colonatos ilegais – com estes últimos a contarem com a preciosa ajuda da tropa e das forças militarizadas.

As Forças de Defesa de Israel disseram neste domingo que as tropas descobriram mais de 800 poços de túneis na Faixa de Gaza desde o início da ofensiva terrestre contra o grupo terrorista Hamas, que começou no final de outubro.

Por outro lado, os militares israelitas disseram que cerca de 500 túneis já foram destruídos. De acordo com as IDF, muitos dos túneis ligavam os "ativos estratégicos" do Hamas. Os militares disseram que também destruíram centenas de quilómetros de túneis, além dos poços. "Os poços estavam localizados em áreas civis, e muitos deles estavam localizados perto ou dentro de instituições de ensino, jardins de infância, mesquitas e parques infantis", disseram os militares.

"Essas descobertas são mais uma prova do uso cínico que a organização terrorista do Hamas faz da população civil como escudo humano e como cobertura para sua atividade terrorista", acrescentaram as IDF.

Durante uma trégua de sete dias - que expirou na sexta-feira o Hamas libertou 105 reféns civis: 81 israelitas, 23 tailandeses e um filipino. Acredita-se que 137 reféns permaneçam em Gaza. Em troca, Israel libertou 210 prisioneiros de segurança palestinianos, todos mulheres e menores. Além disso, cerca de 200 camiões, incluindo quatro camiões-tanque de combustível e quatro camiões-tanque de gás, entravam em Gaza todos os dias.

Esta semana, Benjamin Netanyahu deverá ter de voltar aos tribunais, onde há anos vem respondendo a vários processos que o acusam de corrupção e de vantagem em negócios do Estados.