O presidente egípcio, Abdel-Fattah el-Sissi, anunciou que o seu país e o Qatar estão perto de garantir uma extensão de dois dias do cessar-fogo ainda em curso entre Israel e o Hamas. A extensão de dois dias é negociada à razão da libertação de 10 reféns israelitas (ou de outras nacionalidades) em troca de 30 prisioneiros palestinianos.
Entretanto, por seu lado, a China continua a mostrar-se fortemente empenhada na extensão do cessar-fogo. O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros anuncia que vai deslocar-se a Washington para marcar presença no Conselho de Segurança das Nações Unidas e, aí, insistir nesse ponto.
A reunião está marcada para esta quarta-feira e tem como tema central o conflito entre Israel e o Hamas. A China tem vindo a aproximar-se das negociações em redor da guerra entre Israel e o Hamas – e a sua influência, que se estende à Arábia Saudita e ao Irão, dois países que não podem ser negligenciados no que tem a ver com as tensões no Médio Oriente, pode ser uma ajuda de envergadura.
As partes envolvidas continuam em choque e as consequências do alinhamento diplomático chegam a todos os temas. Esta segunda-feira, Israel decidiu retirar o seu apoio à candidatura da Arábia Saudita para organizar a feira mundial Expo 2030, depois de ouvir duras críticas de Riad em torno da guerra em Gaza, informou a emissora pública Kan.
Israel havia indicado em 2022 que apoiaria a Arábia Saudita, sob pressão dos Estados Unidos – na altura apostado em conseguir fechar mais um acordo de Abraão, desta vez entre os dois países – que seria ‘o’ acordo, o mais importante entre Israel e o mundo muçulmano.
A Casa Branca disse na passada semana que o acordo entre os dois países, que normalizaria as suas relações diplomáticas, continua possível após a guerra, mas reconheceu que tudo ficou mais difícil.
Riad juntou-se ao mundo árabe para criticar ferozmente a operação das forças de defesa de Israel (IDF) em Gaza, apelando à comunidade internacional para impor um embargo de armas contra o Estado hebraico. Em vez de apoiar a Arábia Saudita, Israel decidiu, segundo a imprensa do país, apoiar a candidatura da Itália.
Entretanto, o dia foi, mais uma vez, de alguma tensão. Logo pela manhã, Israel disse que recebeu os nomes do quarto e último grupo de israelitas a serem libertados, mas estava a realizar uma avaliação dos nomes, indicando que havia problemas com a libertação programada.
"Estão a ser realizadas discussões sobre a lista que foi recebida durante a noite e que agora está a ser avaliada em Israel. Informações adicionais serão divulgadas quando possível", dizia um comunicado do gabinete do primeiro-ministro. Na altura, não ficou claro quem discutia a lista, que supostamente consistia em 11 reféns. O problema acabou por ser solucionado, e a troca de reféns por prisioneiros decorreu sem mais incidentes.