O Iscte Executive Education vai lançar uma pós-graduação inovadora que junta inteligência artificial (IA) e negócios e promete romper preconceitos: Inteligência Artificial para Gestão arranca em março de 2024 e destina-se preferencialmente a gestores e empresas.
O programa que será ministrado em regime presencial no campus do ISCTE em Lisboa, foi desenhada para responder ao cenário da atualidade em que a Inteligência Artificial se tornou uma ferramenta incontornável para as empresas. Como pode a IA ajudar a aumentar a competitividade, otimizar operações e reduzir custos? - é a pergunta a que um corpo docente especializado vai responder.
Para já, Rogério Canhoto, co-coordenador do curso, não deixa dúvidas sobre a sua importância para as empresas portuguesas, afirmando ao Jornal Económico: “A inteligência artificial representa uma excelente oportunidade para os gestores portugueses inovarem nos seus modelos de negócio e melhorarem a produtividade das suas companhias”. Ao mesmo tempo, acrescenta, “é crucial estar atento aos desafios que esta tecnologia traz para o mercado de trabalho, adotando uma abordagem estratégica para o desenvolvimento de talentos e a redefinição de processos empresariais”.
Os impactos da IA nos ganhos de produtividade e no emprego serão grandes e acontecerão em várias perspectivas: Aumento da eficiência, criação de novos empregos e funções, transformação de empregos existentes, desafios e oportunidades para os gestores e impacto na satisfação e bem-estar dos colaboradores. Rogério Canhoto explica cada um:
«Aumento da Eficiência: A IA permite às empresas processar grandes volumes de dados com maior rapidez e precisão, resultando em decisões mais informadas e processos mais eficientes. Por exemplo, o uso de IA na logística pode otimizar rotas de entrega, reduzindo os custos e melhorando os tempos de entrega.
Criação de novos empregos e funções: Enquanto a IA pode automatizar algumas tarefas, ela também cria novas oportunidades de emprego, especialmente em áreas como desenvolvimento de IA, análise de dados e manutenção de sistemas automatizados. Os gestores devem estar atentos à necessidade de requalificar a força de trabalho para ocupar esses novos papéis. Este fenómeno aconteceu em todas as disrupções tecnológicas que aconteceram anteriormente.
Transformação de empregos existentes: A IA está a transformar empregos existentes, tornando-os mais focados em tarefas analíticas e estratégicas. Por exemplo, em setores como o bancário, onde tarefas rotineiras estão a ser automatizadas, os colaboradores estão a ser redirecionados para funções de consultoria Financeira e de relacionamento com o cliente.
Desafios e oportunidades para os gestores: Os gestores devem estar preparados para lidar com as mudanças no mercado de trabalho causadas pela IA. Isso inclui investir em formação e desenvolvimento de competências digitais, bem como repensar modelos de negócio para aproveitar as vantagens da IA.
Impacto na satisfação e bem-estar dos colaboradores: A IA também pode melhorar a qualidade do trabalho ao reduzir tarefas monótonas e permitir que os colaboradores se concentrem em atividades mais criativas e significativas, melhorando a satisfação no trabalho.”
Com duração de quatro meses, a pós-graduação do Iscte Executive Education é dedicada a gestores e empresas que pretendem ir além da automatização de tarefas e entrar no campo da análise preditiva, da personalização de abordagens e da criação de novos modelos de negócio. O surgimento de modelos de negócios inovadores prometem transformar diversos sectores. AO JE, Rogério Canhoto analisa os mis importantes:
«Serviços Personalizados Baseados em IA: Empresas como plataformas de streaming e de e-commerce estão a utilizar IA para oferecer recomendações personalizadas, melhorando significativamente a experiência do cliente. Por exemplo, um site de e-commerce pode usar IA para sugerir produtos baseados no histórico de compras do cliente, ou dos clientes com o mesmo perfil, aumentando por um lado as vendas e, por outro, a satisfação do cliente.
Automatização de Processos Empresariais: A automatização de processos alimentada por IA está a revolucionar setores como o financeiro, a saúde e o retalho. Por exemplo, os chatbots de IA para serviços ao cliente, capazes de resolver questões complexas, estão a reduzir custos operacionais enquanto mantêm um alto nível de eficiência no atendimento ao cliente.
Manutenção Preditiva no Sector Industrial: Empresas industriais estão a adotar IA para realizar manutenção preditiva. Isto significa que, ao invés de seguir um cronograma fixo, a manutenção é realizada com base na análise preditiva de dados, reduzindo tempo de inatividade dos equipamentos e os custos associados.
Plataformas de Saúde Inteligentes: A IA está a ser utilizada para desenvolver diagnósticos mais precisos e tratamentos personalizados na área da saúde. Por exemplo, algoritmos de IA podem analisar dados de pacientes, identificar um diagnóstico completo e fornecer recomendações de tratamento personalizadas.
Agricultura Inteligente: Com a IA, os agricultores estão a otimizar a produção agrícola através de análises preditivas do clima, do solo e da saúde das plantações, maximizando a eficiência e a sustentabilidade das colheitas, reduzindo custos e optimizando as receitas.»
Rogério Canhoto partilha a coordenação de Inteligência Artificial para Gestão com Diana Mendes e um corpo docente que conta com nomes de referência como Jorge Afonso, da Galp, Magda Cocco, da Vieira de Almeida & Associados, Nuno Cordeiro, da Deloitte, Ricardo Gonçalves, da CAIA, Ricardo Parreira, da PHC Software e Ricardo Pires Silva, da Microsoft.