O partido Fine Gael, do primeiro-ministro irlandês Simon Harris, viu a sua vantagem sobre o seu principal parceiro de coligação e o principal partido de oposição diminuir significativamente antes das eleições gerais da próxima sexta-feira. O Fine Gael ainda é o partido mais popular nas intenções de voto, com 22% - mas esse valor representa uma forte descida nos últimos dias, face aos 26% de há três semanas, de acordo com uma sondagem dos jornais de opinião Sunday Independent/Ireland Thinks.
O principal parceiro de coligação do Fine Gael, Fianna Fáil, permanece na casa dos 20%, enquanto a oposição do Sinn Fein subiu dois pontos, igualando aquele nos 20%.
Para os analistas, o salto no apoio ao Fine Gael desencadeado pela nomeação de Harris como líder do partido em abril “é agora história” após uma série de erros de campanha. O Sinn Fein, que liderava as sondagens até o início deste ano, precisa de terminar bem à frente do Fine Gael e do Fianna Fail para interromper o caminho dos seus rivais para a reeleição, já que ambos se comprometeram a governar juntos novamente.
Depois de entrar em franca derrapagem, o Sinn Féin (que chegou a ser o braço político do IRA) está em processo de recuperação – que os analistas não anteciparam. Depois de estar no topo das intenções de voto dos irlandeses durante vários meses, caiu para o terceiro lugar, vítima de suspeitas de corrupção que têm devastado o partido. Com isso, regressa a primazia dos dois partidos tradicionais, o conservador Fine Gael e o social-democrata Fianna Fáil.
O primeiro-ministro Simon Harris antecipou as eleições, que deveriam ocorrer apenas em 2025, na tentativa de estender o recorde de 14 anos do Fine Gael no poder. O próximo governo deve produzir o regresso da atual combinação do Fine Gael de Harris com o Fianna Fáil, liderado pelo ministro das Relações Exteriores Micheál Martin. Juntos, governam a Irlanda em coligação desde 2020 ao lado de um terceiro parceiro, o Partido Verde.
A repetição do cenário obrigaria o Sinn Féin a conseguir – se pretendesse chegar ao poder – uma maioria absoluta (ou pouco menos) para conseguir levar de vencida os dois partidos do ‘centrão’. Ora, não isso que vai acontecer na próxima sexta-feira.