A chegada de Pedro Nuno Santos a Guimarães para uma arruada este domingo até estava a ser calorosa, até ao momento em que um senhor se chegou a uma varanda do 1.º andar de um prédio e começou a fazer gestos obscenos para a caravana de Pedro Nuno Santos, atirando mesmo com o vaso na direção dos militantes e simpatizante que acompanhavam o candidato. Assim que se apercebeu que o momento era de tensão, o líder socialista afastou-se, mas a imagem do senhor à varanda e o vaso marcaram o 8.º dia oficial da campanha para as legislativas de 10 de março. Alguns militantes ripostaram, arremessando paus de bandeiras contra o cidadão que tinha atirado o vaso, enquanto Pedro Nuno Santos pedia “respeito”.
O secretário-geral do PS queria marcar o fim de semana de campanha com várias arruadas. Teve três no total, mas a de Guimarães acabou por ficar marcada por este incidente, que levou o líder socialista a dizer mais tarde aos jornalistas que “a serenidade é fundamental, o respeito pela visão dos outros, pela opinião dos outros. É fundamental podermos apresentar as nossas ideias, as pessoas darem as suas opiniões, isso é a vida democrática”.
Mais tarde, seguiu para Vizela, onde a arruada correu melhor e até houve fogo de artifício, mas que também ficou marcada por alguns apupos. Em Vizela, Pedro Nuno Santos pediu aos indecisos “que confiem no PS”, falou da obra que os governos PS deixaram e prometeu “construir o futuro”.
Luís Montenegro, líder da AD, passou o dia pelo distrito de Coimbra, onde continuou a estratégia que tem tido desde o início da campanha: apontar todas as baterias contra os governos de António Costa, dos quais fizeram parte o seu adversário mais direto Pedro Nuno Santos. Montenegro disse que “nunca o estado social esteve tão mal” no país e acusou o secretário-geral do PS e a caravana socialista de estar a fazer uma campanha focada apenas nos ataques à AD e não na apresentação de propostas para o país. Depois de ter assumido o “compromisso de honra” para com os pensionistas de não descer reformas, domingo foi a vez de prometer a um professor na rua que “é indiscutível” que o tempo de serviço dos docentes vai ser reposto.
Já o líder do Chega fez agitar a campanha ao vir dizer que está em curso uma tentativa para “desvirtuar o resultado” das eleições legislativas de 10 de março, que passa por “anular os votos” do seu partido. A Comissão Nacional de Eleições (CNE) veio de imediato desmentir André Ventura e o líder do Livre, Rui Tavares, acusou o presidente do Chega de estar a querer imitar as acusações de Trump nas eleições americanas e de estar a pôr em causa a fidedignidade das eleições no mesmo dia em que recebeu o apoio de Viktor Órban, presidente da Hungria.
À medida que o dia das eleições se aproxima, mais notáveis vão surgindo nas várias campanhas. Depois da entrevista de Durão Barroso e do artigo de Cavaco Silva, Pedro Nuno Santos teve o apoio de António Costa num comício e domingo foi a vez de Paulo Raimundo, líder da CDU, de ter a ser lado o histórico secretário-geral comunista Jerónimo de Sousa para defender alianças à esquerda.