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Inês Sousa Real convida ministro da Agricultura a comer "deliciosas" francesinhas vegetarianas

A porta-voz do PAN aponta para a importância de reduzir a pegada carbónica e, por isso, quer que a Assembleia da República tenha, às segundas-feiras, exclusivamente refeições vegetarianas. Criticada pelo ministro José Manuel Fernandes, convida-o a experimentar francesinhas sem carne.

Inês Sousa Real está disponível para fazer chegar ao ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, "receitas vegetarianas absolutamente deliciosas, como também para dar várias sugestões de onde comer francesinhas veganas que são ótimas do ponto de vista do sabor e ajudam a combater a pegada ambiental", sublinha.

A porta-voz e deputada única do PAN esteve à conversa com o JE sobre a iniciativa "segundas-feiras sem carne", que o partido apresentou na Assembleia da República. Em causa está a intenção de alertar para a necessidade de reduzir emissões de gases com efeito de estufa e a adoção de hábitos saudáveis.

Ora, depois de aquele partido dar entrada à iniciativa, o ministro da Agricultura e Pescas teceu críticas e fez mesmo um convite a Inês Sousa Real. “O PAN quer impor refeições exclusivamente vegetarianas uma vez por semana na Assembleia da República. Discordo. Defendo a liberdade de escolha, informada e esclarecida”, escreveu José Manuel Fernandes numa publicação feita na rede social X.

Ao JE, a deputada diz que o ministro "deveria ter a responsabilidade e a consciência de que, se queremos ter uma agricultura de futuro, temos que a adaptar às alterações climáticas", apontou, lembrando a recente catástrofe que teve lugar em Espanha. Em virtude de fenómenos climáticos como cheias e incêndios, "podemos combater e ajudar a adaptar o território escolhendo o que colocamos no prato", de acordo com a própria.

"Mais do que um ato político, é um ato de responsabilidade", salienta.

Numa altura em que existe uma única opção vegetariana no Parlamento, Inês Sousa Real sublinha a importância de "contribuir para a redução da pegada carbónica do consumo de carne", além de lembrar as "razões de saúde humana e bem-estar animal".

Na mesma medida, a própria reitera que deve haver uma aposta naquilo a que chama "agricultura de futuro", que passa pelas leguminosas, por apostarmos nos produtos locais e em opções conscientes no capítulo da alimentação. Entre deputados, assessores parlamentares e outros cargos, o edifício alberga mais de mil pessoas, pelo que se trata de "um microuniverso com uma dimensão de pessoas muito significativa", de acordo com a deputada.

A própria cita estudos que concluem que as emissões de carbono de quem come carne aproximam-se dos "7 kg por dia", ao passo que quem faz uma alimentação vegetariana fica-se pelos "2,9 kg". Neste contexto, assegura que "é fundamental que Portugal e os demais países façam um esforço para reduzir" a pegada carbónica.

Inês Sousa Real assinala ainda o elevado consumo de água e a poluição dos rios. "Só para produzirmos 1 kg de carne bovina, há a necessidade de gastar mais de 15 mil litros de água", alerta, deixando a garantia de que está em causa um número "completamente absurdo".