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Inapa adia pedido de insolvência para tentar negociar sobrevivência da empresa

Na semana passada, a Inapa, líder em Portugal na distribuição de papel e embalagens, anunciou que iria declarar insolvência "nos próximos dias", de acordo com informação transmitida pelo grupo empresarial através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

A Inapa adiou a entrega do pedido de insolvência da empresa, o que previa ter feito sexta-feira, 26 de julho, para dar tempo para que seja encontrada uma eventual solução que salve a empresa, incluindo a eventual proposta do grupo japonês JPP, como noticiou o Jornal Económico (JE).

Segundo o “Jornal de Negócios”, o grupo JPP manifestou a intenção de avançar com uma proposta vinculativa para a compra da papeleira, mas pediu que a administração da Inapa não avançasse com o pedido de insolvência, tal como tinha sido anunciado no início da semana.

A Parpública, maior acionista da Inapa, com cerca de 40 por cento do capital, está ao corrente das negociações com os japoneses.

Na semana passada, a Inapa, líder em Portugal na distribuição de papel e embalagens, anunciou que iria declarar insolvência "nos próximos dias", de acordo com informação transmitida pelo grupo empresarial através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

"Em virtude de uma carência de tesouraria de curto prazo da sua subsidiária Inapa Deutschland, GmbH em montante de 12 milhões de euros (...) a Inapa Deutschland irá apresentar-se à insolvência no dia 22 de julho", anunciou a empresa, em comunicado.

Joaquim Miranda Sarmento convocou a Parpública, responsável pela gestão da posição acionista do Estado na Inapa, para uma reunião, onde lhe foi transmitido que a empresa havia solicitado uma injeção de 12 milhões no imediato, para fazer face a necessidades de tesouraria da sua participada na Alemanha, "quando estaria já em análise um outro pedido de 15 milhões de euros para reestruturar a empresa".

"O Governo tomou conhecimento da situação crítica em que se encontrava a Inapa, na sequência da decisão da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) de suspender as ações da empresa, no passado dia 11 de julho", diz o Ministério das Finanças, quando questionado pelo JE.

Numa nota enviada por escrito o Ministério das Finanças que tutela a Parpública, acionista da Inapa com 44,89%, disse que a proposta da Inapa de pedido de uma injeção de 12 milhões de euros "não reunia condições sólidas, nem demonstrava a viabilidade económica e financeira que garantisse o ressarcimento do Estado".

Na sequência destas decisões, o conselho de administração da Inapa comunicou à CMVM a renúncia de todos os sus membros, uma decisão que de acordo com este órgão, "surge após repetidas tentativas infrutíferas por parte da Inapa de obter o apoio do seu principal acionista, a Parpública, para diversas soluções alternativas de reforço de capital, apesar do apoio de outros stakeholders".

Os administradores afirmam que desde início de 2020 que a administração da Inapa apresentou junto da Parpública (enquanto maior acionista) "diversas alternativas de capitalização, envolvendo sempre outros acionistas de referência" e que "após três anos de apresentação de diversas propostas alternativas devidamente fundamentadas, não foi possível avançar com qualquer solução por indisponibilidade da Parpública, comunicada à Inapa em janeiro de 2023".

Assim e na "ausência de uma solução estrutural, e face às estritas regras sobre prazos de pagamento vigentes na Alemanha", explicam os administradores que a Inapa, "viu-se forçada em julho a solicitar aos seus acionistas de referência - Parpública, Nova Expressão e Novo Banco - um empréstimo de muito curto prazo a ser integralmente reembolsado até outubro de 2024".

Depois de comunicar ao mercado a situação de insolvência em que se encontram, a papeleira anunciou, também, que não vai reembolsar aos investidores os valores referentes à terceira série das obrigações convertíveis em ações da empresa, emitidas em 2019 e que totalizam 15 milhões de euros.