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Inácio Lula da Silva em França com a agenda cheia de economia

ApexBrasil, Itamaraty e MDIC promovem Fórum Econômico Brasil-França, um evento que acontecerá no dia 6 de junho, em Paris, dois dias depois da chegada do presidente brasileiro a França.

Por ocasião da visita de Estado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a França, entre os dias 4 e 9 de junho, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), em colaboração com o Ministério do Desenvolvimento, Comércio e Serviços (MDIC), o Ministério das Relações Exteriores (MRE), a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Mouvement des Entreprises de France International (MEDEFi) e o Business France, realizará no dia 6 de junho, em Paris, o Fórum Económico Brasil-França.

O evento contará com a presença de ministros, parlamentares, diplomatas e empresários brasileiros e franceses, e “será mais um passo para o reforço das relações bilaterais e comerciais entre os dois países”.

Para Jorge Viana, presidente da ApexBrasil, que fará a abertura do Fórum, este é um momento importante para fortalecer e ampliar a parceria estratégica e as relações económicas, especialmente no contexto que marca os 200 anos de relações diplomáticas entre os dois países, a serem celebrados em 2025. “Brasil e França são parceiros comerciais de longa data, com objetivos comuns na modernização e dinamização das duas economias, com sustentabilidade e respeito pelos direitos humanos. Estes laços tendem a crescer ainda mais”, destacou, em comunicado.

Durante o Fórum, serão discutidos temas como os desafios económicos e ambientais no comércio global, com ênfase em iniciativas de descarbonização e transição energética, projetos de infraestrutura e mobilidade, e oportunidades de investimentos verdes. Viana sublinha o potencial do Brasil nestes setores estratégicos, enquanto os dois países buscam uma aproximação que contrabalança o contexto de desglobalização promovido pela administração norte-americana.

O encontro também abordará o papel do setor privado na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que será realizada em Belém, no estado do Pará, em novembro. “Um dos desafios da COP em Belém é incluir a população que vive na Amazônia na repartição dos benefícios da agenda ambiental, começando pelo pagamento dos serviços ambientais prestados pelos povos originários. Defender o meio ambiente é defender uma economia sustentável e que melhore a vida das pessoas,” afirmou o presidente da ApexBrasil.

De acordo com dados do Perfil de Comércio e Investimentos da França, elaborado pela ApexBrasil, o país europeu lidera em investimentos no Brasil em setores como energias renováveis, petróleo e gás, infraestruturas, automóveis, alimentação e bebidas, aviação e comércio. Os investimentos brasileiros na França concentram-se principalmente em centros de distribuição e escritórios.

A ApexBrasil tem 14 projetos setoriais focados na França, especialmente nos setores da alimentação, bebidas, agronegócios, economia criativa, moda e saúde. Em 2024, a corrente comercial atingiu 9,2 mil milhões de dólares. No ano passado, o Brasil foi o 11º principal fornecedor da França entre os países fora da União Europeia, com 0,45% de participação no total importado pelo país, ficando atrás de parceiros como China, Estados Unidos e Reino Unido. Produtos como farelo de soja, petróleo bruto e celulose somaram mais de 1,4 mil milhões de dólares em 2024 e representaram cerca de 48% das exportações brasileiras para a França, que é o oitavo principal fornecedor do Brasil, com 6,2 mil milhões de dólares em bens em 2024, destacando-se motores e máquinas não elétricas, aeronaves e medicamentos.

O stock de investimento direto estrangeiro (IDE) da França no Brasil alcançou 78,4 mil milhões de dólares em 2023, representando um crescimento de 22,8 mil milhões em relação a 2022, um aumento de 41%. Desde 2022, a França tornou-se o terceiro país com maior IDE no Brasil, ultrapassando a Espanha. A agência também levará a Paris mais de 382 oportunidades comerciais para produtos brasileiros, especialmente nos setores de combustíveis minerais, lubrificantes, máquinas e equipamentos de transporte, obras diversas e produtos alimentares e animais.