Skip to main content

Habitação, saúde e impostos no centro das preocupações dos deputados nas conversas com Marcelo

Chega falou em clientelismos, a IL defendeu menos impostos, o PCP centrou-se nos salários e pensões e no BE as preocupações estiveram com a habitação e a saúde. Também o PAN e o Livre mostraram receios com os problemas de acesso à habitação em Portugal.

Os partidos foram recebidos pelo Presidente da República, exceto PSD e PS, e os impostos, a habitação e a saúde estiveram no centro da preocupações dos deputados durante reunião com o Chefe de Estado, onde se falou sobre o Orçamento do Estado para 2024.

À saída da reunião, o líder do Chega, André Ventura, informou que transmitiu a Marcelo Rebelo de Sousa que um Orçamento que anunciou recuperar rendimentos e baixar impostos acabou por fazer “um truque de malabarismo, de retirar dinheiro de um lado e devolver do outro”.

Segundo o Chega, o Governo tomou uma opção “estruturalmente errada”, em apostar em subsídios e “gorduras” públicas, alimentando “clientelas”

Rui Rocha, presidente da IL, assegurou, depois da reunião, que o partido mantém a visão "de que é preciso desagravar os impostos para todos".

O dirigente liberal disse que o partido apresentou uma proposta ao Presidente da República que implica "trazer um IRS mais baixo, mais simples e mais justo para todos os portugueses". "Podia resumir numa ideia de taxa única para os rendimentos mais baixos e para os rendimentos da classe média, sendo que esta dimensão de Portugal da classe media tem já uma componente aspiracional", destacou.

À esquerda, do lado do PCP, Paulo Raimundo, frisou que "aquilo que se exige é o aumento de salários e de pensões, aquilo que se exige são medidas concretas que deem respostas aos problemas gravíssimos que se enfrentam no quadro da habitação e em particular no Serviço Nacional de Saúde", sublinhou o comunista.

"O que é preciso é dar resposta a estes problemas, dar resposta às injustiças e às desigualdades e se duvidas houvesse sobre o que significa injustiças e desigualdades, veja-se os recentes números conhecidos dos lucros do primeiro trimestre, lucros escandalosos em função do aperto da maioria do nosso povo", referiu Paulo Raimundo.

Por sua vez, a coordenadora do BE, Mariana Mortágua, disse o problema com a Habitação — “mantém-se e agrava-se a crise e nada está a ser feito para a resolver, é uma emergência e provavelmente o tema que mais preocupa os portugueses” — com as medidas alternativas que o Bloco tem defendido.

No que diz respeito à saúde, Mariana Mortágua vincou que a situação no SNS se “degrada a olhos vistos”. “É preciso atrair e fixar mais profissionais no SNS”, com mais salário base e menos horas extra, argumentou a bloquista.

Já para o PAN é preciso "garantir os programas que possam de alguma forma obrigar a uma renegociação, tal como aconteceu na pandemia, da suspensão da penhora da casa de morada de família para que nenhuma família seja despejada neste contexto difícil".

"Esta é uma medida que não tem qualquer encargo para o Estado, mas que levaria o Governo a ter que negociar com a banca", destacou Inês de Sousa Real.

Quanto ao Livre, Rui Tavares defendeu um fundo de emergência à habitação: "Apresentámos uma primeira proposta sobre o financiamento do fundo de emergência à habitação em que ele viria de uma sobretaxa em transações do imóveis de luxo, por parte de não residentes e não contribuintes".

Segundo o representante do Livre. "a primeira resposta por parte do Governo, não necessariamente ao fundo de emergência na habitação, mas à sua fonte de financiamento foi negativa e nós agora, no diálogo com o Governo, queremos ouvir da parte do Governo propostas alternativas para uma coisa que nos parece essencial".