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“Há uma grande expectativa quanto ao incremento e aos ganhos que a I.A. pode trazer”

Tecnologia: Consultora Mercer ouviu mais de 12 mil executivos no estudo “Global Talent Trends”. Maioria acredita no potencial da Inteligência Artificial, mas teme dificuldade de adaptação das equipas.

Os executivos de topo consideram que a Inteligência Artificial (IA) pode ser um fator-chave para o aumento da produtividade mas a maioria dos colaboradores pode ter dificuldade em acompanhar esta transformação.

A conclusão é da mais recente edição do estudo “Global Talent Trends” que ouviu mais de 12 mil executivos, líderes de recursos humanos, colaboradores e investidores a nível mundial. Margarida Teixeira Santos, senior associate de Career na Mercer Portugal, em entrevista ao JE, considera que este indicador é importante para perceber as expectativas relativamente ao que a IA pode trazer ao nível da produtividade e como pode ser a resposta dos trabalhadores a essa disrupção.

Questionada sobre as conclusões deste estudo, a propósito dos executivos acreditarem que a IA vai aumentar a produtividade dos colaboradores (mas também que a tecnologia está a avançar mais rapidamente do que a capacidade de reconversão dos colaboradores), esta responsável avança que “o estudo aponta para a importância que a produtividade vai assumir nos próximos tempos e há aqui uma grande expectativa relativamente também ao incremento e aos ganhos que a IA pode pode trazer”.

No entanto, Margarida Teixeira Santos aponta para vários desafios: “Apesar dos executivos terem essa expectativa, há aqui também alguma discrepância naquilo que as próprias equipas de recursos humanos reconhecem ser estratégias que também vão priorizar e que podem ou não dar resposta a esses mesmos desafios”.

Adianta a responsável da Mercer que uma das primeiras preocupações é a própria experiência do colaborador onde acredita que “a tecnologia vai ter também um grande impacto”: “O desafio é que este é mais um processo que implica transformação na gestão da mudança e também na forma como as empresas vão olhar as novas formas de trabalho”.

Por outro lado, explica Margarida Teixeira Santos, outro dos dados que o estudo transmite está relacionado “com a fadiga e com a perceção que os colaboradores têm relativamente ao número de tarefas repetitivas que já fazem e que também de alguma forma está aqui a influenciar o potencial da produtividade”. Portanto, conclui a responsável da Mercer, “há aqui a questão que passa pelo tema da gestão da mudança, uma organização mais ágil, através de uma gestão por skills e aquilo que essa plataforma de gestão pode ajudar naquilo que é a ligação com o planeamento da força de trabalho”.

Em entrevista ao JE, a senior associate de career na Mercer Portugal sublinha que “um dos aspetos mais importantes para acelerar a produtividade e a integração da tecnologia é também garantir uma gestão antecipada dos riscos”. Assim, Margarida Teixeira Santos define dois riscos potenciais: “o risco cibernético e outro é também o risco do ponto de vista, não só de negócio, mas também de pessoas e, portanto, o tema do ESG, onde o “S” com a dimensão do social assume bastante destaque”.

Outra das dimensões que é explorada neste estudo passa pelo otimismo que 64% dos inquiridos demonstram ao referir que as suas empresas estão mais preparadas para desafios considerados imprevisíveis este ano, mesmo com o contexto geopolítico que se conhece (este dado assume grande relevância até pelo incremento relativamente aos dados do estudo anterior de 2022 em que essa percentagem era de 40%.): “Este otimismo”, explica, “está muito assente naquilo que a Inteligência Artificial (sobretudo a não generativa) e a tecnologia vão trazer. ainda que saibamos que há as preocupações de contexto e mais de curto prazo”, conclui”.

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