Durante meses, várias foram as vozes, da Ordem dos Nutricionistas ao PAN, que defenderam a redução do IVA numa série de bens essenciais para ajudar as famílias a fazerem frente à fatura do hipermercado, numa altura marcada pela escalada dos preços. Mas o Governo recusou, com o argumento de que haveria o risco desse alívio fiscal nem sequer chegar ao preço ao consumidor, sendo absorvido pela cadeia de valor. A experiência espanhola mostrou que havia razão para tais receios, mas, numa reviravolta, o Executivo de António Costa decidiu avançar agora com essa descida do IVA num cabaz de 46 bens alimentares, escudando o consumidor com um acordo no qual a produção alimentar e a distribuição se comprometem a fazer refletir a redução fiscal no preço.