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Governo prepara-se para substituir presidente do IGCP

Miguel Martin, nomeado em 2022 pelo então ministro das Finanças, Fernando Medina, não deve ser reconduzido à frente da agência de gestão da dívida. Para o seu lugar será nomeado Pedro Cabeços, gestor com experiência na banca internacional.

O Governo não deverá reconduzir Miguel Martin como presidente do IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, preparando-se para apontar para o cargo Pedro Cabeços, uma informação noticiada pelo ‘Eco’ esta segunda-feira.

O Jornal Económico confirmou junto de fontes próximas do processo a intenção do Executivo de não reconduzir o atual presidente da agência, que deverá assim sair ao fim de dois anos na sua liderança. Para o seu lugar avança o gestor Pedro Cabeços, figura com experiência internacional em nomes de topo da banca global como a Morgan Stanley ou RBS e que regressa assim ao IGCP.

Já Miguel Martin, havia sido nomeado pelo antigo ministro das Finanças, Fernando Medina, no final de 2022, depois de acumular experiência em sectores como a energia, além da banca. Foi no mandato do gestor que agora deverá sair do IGCP que o país conseguiu regressar a um rácio de dívida inferior a 100% do PIB, um objetivo político do anterior Governo que estabeleceu novos mínimos para este indicador desde 2009.

O ainda presidente da agência liderou ainda a instituição na recente onda de melhorias de rating pelas instituições de notação financeira globais – uma tendência intrinsecamente relacionada com a melhoria das contas públicas nacionais – que colocou novamente os títulos portugueses em avaliações coincidentes com investimentos de qualidade.

Das quatro principais agências de rating, apenas a Moody’s não coloca a tendência económica portuguesa como ‘positiva’, o que deixa antecipar novas melhorias de notação em breve. No entanto, as avaliações calendarizadas da dívida portuguesa só regressam no próximo ano.

Este ano, a agência já efetuou sete leilões de obrigações do Tesouro, o mais recente na semana passada, onde se incluíam duas linhas, uma a 10 anos, outra a 20 anos, com procuras consistentemente acima da oferta.

Noutro dos principais instrumentos disponibilizados pelo IGCP, os bilhetes do Tesouro, os nove leilões realizados até agora também registaram uma elevada procura, embora a emissão prevista para esta semana tenha sido recentemente cancelada. Com um montante indicativo entre 750 e mil milhões de euros, o leilão estava previsto para esta quarta-feira, tendo o seu cancelamento sido comunicado na passada semana.