Se depois da tempestade vem a bonança, depois do tsunami económico provocado pelas medidas de contenção da Covid-19 poderá vir uma alteração profunda da governação de Portugal, pois as dificuldades que o Executivo minoritário de António Costa vinha sentindo desde o início da legislatura dificilmente são compatíveis com a missão de conduzir o país através da sucessão de decisões impopulares necessárias. E é por isso que se fala num regresso ao passado, ainda que a conjugação de esforços entre os dois maiores partidos nacionais não tenha por ora sido mencionada abertamente por nenhum dos seus dirigentes após o líder social-democrata, Rui Rio, ter prometido na semana passada, ainda antes da declaração do Estado de Emergência, “colaboração com o Governo” no combate à Covid-19.