É uma espécie de “hiper-geringonça” em forma de triciclo: o Governo do PS tanto se sustém na roda direita (PSD) como na roda esquerda (BE, PCP e PEV) para aprovar ou reprovar iniciativas legislativas na Assembleia da República. Esta nova dinâmica política começou a ser ensaiada logo após a tomada de posse de Rui Rio como líder do PSD. E apesar da relutância (por vezes até rebelião) de uma parte considerável da bancada parlamentar do PSD, foi sendo posta em prática gradualmente, até se tornar evidente na maratona de votações que se realizou na quarta-feira: os deputados sociais-democratas foram decisivos na aprovação dos projetos de lei de descentralização de competências para as autarquias (um dos acordos entre Costa e Rio firmados em abril) e de alterações ao Código de Trabalho (neste caso, abstendo-se).