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Fórum económico mundial: Davos virtual por um capitalismo de rosto realmente humano

Não terá sido por via da infeção direta, mas a Covid-19 parece ter conseguido conferir às propostas emanadas de Davos aquilo que nenhum sindicato, greve ou manifestação anticapitalista alguma vez conseguiu: calar quem vê a desregulamentação e o mercado livre como únicas regras a que a economia deve prestar vassalagem. Dos mais diversos países ocidentais vieram palavras de contenção ao liberalismo desenfreado e de apelo ao regresso a um capitalismo que não olhe para a humanidade apenas na ‘ótica do utilizador’.

Num palco (desta vez virtual) que habituou o mundo às mais veementes aclamações do primado dos mercados e da desregulamentação e do multilateralismo enquanto autoestrada para o livre comércio, os discursos dos principais líderes mundiais na conferência de 25 a 29 de janeiro deste ano do Fórum Económico Mundial soaram como uma espécie de mea culpa e como uma tentativa de regresso a um qualquer estádio anterior do capitalismo – que não tenha unicamente em vista a remuneração ‘pornográfica’ do capital e volte a olhar com alguma proximidade a remuneração do fator trabalho.

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