Em teoria, o presidente do Grupo Parlamentar (GP) do PSD é eleito livremente pelos deputados que o compõem. Na prática, é escolhido pelo líder do partido e depois confirmado pelos deputados em eleição com resultado pré-determinado. Os acontecimentos dos últimos dias parecem comprovar este paradoxo: no sábado, dia 10 de fevereiro, o novo líder do PSD, Rui Rio, encontrou-se com Hugo Soares e manifestou "o desejo de trabalhar com outra direção parlamentar"; na quarta-feira, Soares, que tinha sido eleito presidente do GP há cerca de seis meses, com 85% dos votos, demitiu-se do cargo e convocou uma nova eleição para o dia 22 de fevereiro; ontem, Fernando Negrão anunciou a sua candidatura à presidência do GP. Tal como o Jornal Económico noticiou a 28 de janeiro, Negrão (apesar de ter apoiado Pedro Santana Lopes nas eleições diretas do PSD) era a primeira escolha de Rio para suceder a Soares.