Há mais de 20 anos que se procedeu à transição do modelo de gestão da Quinta da Alorna. Entre outras coisas, os membros da família proprietária não têm cargos executivos ou remunerados. A que se deveu essa mudança na forma de gerir a empresa e que balanço faz?
Foi uma decisão muito difícil. Na altura tratava-se de fazer a transição de um modelo de “quinta” gerido pela família para um modelo empresarial mais ambicioso que reclamava uma equipa de gestão profissional. Havia e há, obviamente, gente muito qualificada na família. Mas a verdade é que num contexto familiar, por vezes é difícil arbitrar, de forma objetiva, quem são os mais qualificados. A emoção tolda muitas vezes a razão. Faz parte da natureza humana. Acresce que era preciso atrair talento externo e era preciso que os profissionais que queríamos recrutar acreditassem na nossa determinação em profissionalizar a gestão. Na altura entendemos que a única forma de fazer a transição entre modelos era fazer a rutura total e retirar a família da gestão executiva e de quaisquer cargos na empresa.