Donald Trump adiou a imposição de tarifas sobre a China, anunciando outra pausa de 90 dias, poucas horas antes de o prazo do último acordo entre as duas maiores economias do mundo chegar ao fim. Trump assinou uma ordem executiva estendendo o prazo até 9 de novembro, segundo avança a agência Reuters. No entanto, segundo uma simulação global de comércio realizada pelo Observatory of Economic Complexity, as exportações da China para os EUA podem cair 417 mil milhões de euros até 2027. Já as exportações dos EUA para a China devem cair 101 mil milhões de dólares (86,9 mil milhões de euros).
A projeção é baseada nas tarifas mais recentes entre os dois países e na reconfiguração do comércio mundial. Atualmente, as exportações dos EUA para a China estão sujeitas a tarifas de cerca de 30%, com as importações da China sujeitas a uma tarifa básica de 10% e uma tarifa extra de 20% em resposta às alegações de contrabando de fentanil. Alguns produtos são tributados a taxas mais altas.
“Os países tenderão naturalmente a redesenhar as suas relações comerciais, afastando-se dos EUA em muitos desses cenários”, disse Cesar Hidalgo, professor de economia da Toulouse School of Economics e fundador da Datawheel, que desenvolveu o OEC Tariff Simulator, à CNBC. De acordo com o especialista, a Rússia será a maior beneficiária do aumento do comércio com a China, à medida que o gigante asiático reequilibra os seus mercados exportadores.
