As audições de Frederico Pinheiro e de Eugénia Correia, esta quarta-feira, marcaram o dia mais longo de trabalhos na comissão de inquérito (CPI)à TAP, que entra agora numa reta final de audições, a culminar com a de Pedro Nuno Santos e Fernando Medina, a 15 e 16 de junho [ver texto ao lado]. O ex-adjunto do ministro das Infraestruturas e a sua chefe de gabinete pouco disseram sobre a gestão política da TAP, mas muito tiveram a dizer sobre os episódios da noite de 26 de abril, entretanto já classificados pelo primeiro-ministro como ‘rocambolescos’ e ‘deploráveis’. Adjetivos não faltaram, em ambas as audições - mas faltou clareza, sobretudo quanto ao que, de facto, terá acontecido. As versões apresentadas por um e por outro divergem. Frederico Pinheiro acusa a chefe de gabinete e outros membros de o manietarem, agredirem e sequestrarem. Na réplica, Eugénia Correia diz que apenas se tentou “evitar a prática de um crime”, que é o seu “dever” enquanto cidadã. Sobre se voaram ou não bicicletas (como foi noticiado), ou se se partiram vidros, também há discórdia. Mas é quanto ao que se passou antes da suposta exoneração que o nevoeiro se adensa.