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EUA em negociações sobre segurança na Turquia e em Israel

As difíceis relações entre os dois países da NATO – muito por via das intenções ‘consumistas’ de Ancara em termos de armamento – estão em discussão a partir desta segunda-feira. Com Telavive, o ambiente é mais calmo.

Uma alta diplomata dos Estados Unidos está, a partir desta segunda-feira, na Turquia para se encontrar com representantes dos ministérios das Relações Exteriores e da Defesa turcos, de forma a dialogarem sobre controlo de armas e questões de segurança, de acordo com informação disponibilizada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos.

Aquele organismo da administração Biden disse, em comunicado, que a secretária de Estado adjunta para Controlo, Verificação e Conformidade de Armas, Mallory Stewart, viajará para Telavive e Ancara entre 4 e 9 de setembro.

"Em Ancara, a secretária adjunta Stewart reunirá com funcionários do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do Ministério da Defesa Nacional sobre estabilidade estratégica, redução de riscos e questões atuais de controlo de armas e segurança", diz o comunicado.

Mallory Stewart também está em Israel, onde se reunirá com representantes do Ministério das Relações Exteriores para discussões sobre "estabilidade estratégica, controlo multilateral de armas, usos responsáveis de inteligência artificial e segurança espacial", acrescenta o comunicado.

As relações entre Ancara e Washington têm sido tensas nos últimos anos devido a uma série de questões, incluindo o apoio dos Estados Unidos às YPG/PKK (forças curdas) na Síria e divergências sobre as relações da Turquia com a vizinha Grécia.

Como pano de fundo, os dois países não esquecem a compra do sistema de defesa aérea S-400 da Rússia por parte da Turquia, o que motivou uma série de sanções de Washington a Ancara. Nomeadamente no que tem a ver com a capacidade de a Turquia aceder à compra de material de guerra de última geração – vontade que foi impedida pela Casa Branca: em 2019, com o então presidente Donald Trump, os Estados Unidos removeram a Turquia do Programa de Caças de Ataque Conjunto F-35.

Ancara solicitou caças F-16 e kits de modernização, em outubro de 2021, a Washington que aguarda aprovação do Congresso dos EUA. O acordo, de seis mil milhões de dólares, incluiria a venda de 40 caças e kits de modernização para 79 aviões de guerra que já estão no inventário do Comando das Forças Aéreas Turcas.

Em julho, depois de se encontrar com o presidente Joe Biden à margem da cimeira de líderes da NATO, onde Ancara finalmente concordou em deixar a Suécia entrar na aliança de segurança, o presidente Recep Tayyip Erdogan disse que a Turquia estava "mais esperançada que nunca" em relação ao acordo.