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Estádios: Revolução não é silenciosa mas rende milhões

Luz, Alvalade e Dragão preparam-se para uma nova fase na maximização de receitas através dos estádios e seguem uma forte tendência europeia com enorme potencial. Por cá, há que superar o trauma dos mil milhões investidos no Euro 2004, apesar dos custos avultados que persistem.

Projetado pelo arquiteto Tomás Taveira, o Estádio Municipal de Aveiro (com lotação para 32 mil pessoas) foi entusiasticamente inaugurado em novembro de 2003, em plena febre do investimento em estádios para o Euro 2004. Custou 64 milhões de euros, recebeu dois jogos da competição e ainda hoje dá um prejuízo de cinco milhões de euros por mês (para além do investimento de dez milhões de euros necessário para a sua reabilitação). “Grande de mais, desproporcionado e absurdo” reconheceu Ribau Esteves, presidente da Câmara de Aveiro, à Lusa. Aveiro é a face visível de um investimento global de quase mil milhões de euros (para a construção e renovação de dez estádios) e que levou o Estado, através de fundos públicos e autarquias, a aceitar as imposições megalomaníacas da UEFA. A uma hora de Aveiro, Leiria investiu 53 milhões na remodelação do seu estádio também em 2003 e apesar do retorno ser claramente deficitário face ao investimento, o recinto tem vindo a acolher grandes momentos do desporto e da cultura. Para o Mundial 2030, aprendeu-se a lição: Luz, Alvalade e Dragão vão receber jogos e a ocasião será aproveitada pelos três grandes para fazer algumas modernizações nos seus estádios (o FC Porto está a implementar algumas alterações que devem estar concluídas em 2027; em Alvalade, as obras estão em curso neste momento e vão do fim do fosso à criação de lounges exclusivos e na Luz, tem sido alvo de discussão o projeto Benfica District, que visa mudar a área envolvente do estádio). E se o Euro 2004 trouxe traumas à discussão em torno do investimento nos estádios, a realidade europeia nesta matéria mostra que esses traumas têm que ser superados.

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