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Está de férias na Europa? Eis cinco exposições a não perder

O verão não se faz apenas de sol e mar, bebidas frescas e brisa com salpicos de espuma. Pode, também, saborear-se em jardins e dentro de portas, em galerias ou museus num cocktail de estímulos para a mente e para os sentidos.

"O saber não ocupa lugar" é uma frase que vem à memória em diversas ocasiões, mas vamos chamá-la à colação para sugerir o seguinte: consuma Cultura. E se com isso nos podemos referir a um leque muito amplo de manifestações, técnicas e práticas artísticas, para ajudar a circunscrever, deixamos já um disclaimer.

O que nos move não é o calor, mas pensar que o leitor que escolheu a Europa para viajar, este verão, em "modo flâneur", e, como tal, pode ter passado ao lado das muitas exposições que esperam por si. Desse vasto universo, sugerimos cinco exposições em cinco cidades europeias. Aproveite!

 

MADRID | “African Studies”, Edward Burtynsky

As obras do fotógrafo canadiano Edward Burtynsky são uma espécie de crónica visual de atividades como o extrativismo e a agricultura, mas também a urbanização. Preocupações que vem documentando ao longo do tempo em diferentes geografias. O seu interesse pelo continente africano surge a partir de “um conjunto de trabalhos que produzi sobre a China em 2004”, e está agora no âmago destes “Estudos Africanos” – “African Studies”, no original. Nesta exposição centrada na África Subsaariana, patente no Centro Centro, de Madrid, e organizada pelo PHotoEspaña 2023, ficará a conhecer a sua reflexão sobre paisagens em rápida expansão industrial e sobre ambientes moldados por processos de extração de recursos, como as salinas do Senegal [ver foto]. Um contraste absoluto com o ambiente natural, sem mácula, qual alerta para a sua fragilidade e finitude.

Salt Ponds #4, Near Naglou Sam Sam, Senegal, 2019

Centro Centro, Madrid, até dia 1 d outubro.

 

PARIS | “La collection. Œuvres choisies”, Pablo Picasso

Picasso morreu no dia 8 de abril de 1973, com 91 anos. Para assinalar os 50 anos sobre a sua morte, o Museu homónimo em Paris dedica-lhe, a partir do final de agosto, uma exposição que reúne seis dezenas de obras – entre pinturas, esculturas, desenhos e cerâmica –, testemunhos da sua prolífica criatividade e da sua avidez pela experimentação. Do cubismo aos anos 1960, eis um percurso transversal pela sua obra.

Musée national Picasso-Paris, a partir de 29 de agosto até 6 de março de 2024

 

MILÃO |“Over the threshold”, Leandro Erlich

O aclamado artista argentino expõe em Milão, no Palazzo Reale, um conjunto de instalações e de “ilusões” que intitulou “Over the threshold”. O conceptualismo de Leandro Elrich, nascido em Buenos Aires, em 1973, cruza-se com a experimentação e, nesta exposição, os visitantes poderão descobrir alguns dos trabalhos que lhe valeram o reconhecimento mundial, como “Bâtiment”, onde um grupo de pessoas simula escalar a fachada de um edifício, ou ainda “Swiming Pool” [ver foto], na qual as pessoas ficam com a sensação de estarem a mover-se debaixo de água.

Palazzo Reale, Milão, até 04 de outubro.

 

BERLIM | “The Magic of the North”, Edvard Munch

Pintor norueguês, considerado o expoente do Expressionismo nórdico, Edvard Munch descobre, em Paris, a obra de Van Gogh e Gauguin, que o levam a repensar o seu estilo. Em 1892, o convite para expor em Berlim revelou-se um momento crucial para a sua carreira e para a História da arte alemã, ao iniciar um projeto que intitula “O Friso da Vida”. Entre 1892 e 1908 volta regularmente à Noruega e absorve o pensamento simbólico de Strindberg. “The Magic of the North” foca-se no período em que viveu em Hauptstadt, na viragem do século, em que a sua arte, ainda pouco conhecida, chocou e dividiu os visitantes.

Berlinische Galerie, Berlim, até dia 22 de janeiro de 2024

 

LONDRES | Tomás Saraceno In Collaboration: ‘Web(s) of Life’

O artista-ativista multimédia argentino Tomás Saraceno, cujo trabalho abraça a interdisciplinaridade e a interconexão entre ecossistemas, apresenta a sua primeira exposição individual no Reino Unido e convida os participantes a considerar diferentes formas de conhecimento e perspetivas não humanas através de diferentes obras de arte, sugestões e experiências que se disseminam entre a Serpentine South e os Royal Parks.

The Royal Parks, Serpentine South Gallery, Londres, até 10 de setembro