O movimento palestiniano Fatah, liderado por Mahmoud Abbas (que é também presidente da Autoridade Palestiniana), corre o risco de perder relevância política se insistir na necessidade de adiar as eleições marcadas para o próximo mês – as primeiras em 15 anos. O motivo imediato é a recusa de Israel permitir que os palestinianos a viver em Jerusalém Oriental exerçam o seu direto de voto, escudada na decisão de impor a cidade como capital apenas do seu país. Mas por trás desta aparência está a forte possibilidade de o principal adversário político da Fatah, o muito mais radical Hamas – que os israelitas acusam de ser financiado pelo Irão por via da Guarda Revolucionária Islâmica (Quds) – poder vir a ganhar novamente as eleições, o que seria mais uma dor de cabeça para o Estado judaico.