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Dois estados? Depois da guerra, “podemos sentar-nos a discutir”

Israel está unicamente focado em ganhar a guerra. O país não quer ser responsável pela Faixa de Gaza, mas o embaixador não é definitivo sobre a possibilidade de dois Estados na região. Acredita que é preciso acabarcom as veleidades nucleares do Irão, mas prefere não abordar o tema da existência de armas nucleares israelitas. Quanto a Netanyahu, a política fica para mais tarde.

Shlomo Ben-Ali, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros à época da segunda intifada, escreveu um dia que “Israel é o único estado na história que armou os seus inimigos para obter segurança”. Como comenta?
É uma declaração muito interessante. Não li o livro, mas se entendo o seu sentido, refere-se ao Acordo de Oslo [assinado em 1993], quando os israelitas e os palestinianos começaram um processo tendente a encontrar uma solução para o conflito entre ambos. Durante esse processo, nós criámos a Autoridade Palestiniana, a sua polícia – demos-lhes armas. Aliás, uma das críticas internas em Israel em relação ao governo da altura foi precisamente que lhes foram dadas armas – que acabaram por ser usadas contra nós. Era suposto serem usadas para se protegerem a eles próprios, para criarem um país palestiniano. Aliás, é precisamente o que o Hamas está neste momento a fazer com o financiamento que é enviado para a Faixa de Gaza. Nós saímos de Gaza, demos a Gaza um estatuto: não há ocupação em Gaza. Começámos a financiá-los, assim como a comunidade internacional. Dinheiro para construírem o seu Estado, escolas, hospitais, para construírem uma vida saudável para as pessoas. Até têm um aeroporto em Gaza.

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