Não são os decretos presidenciais que já saíram da pena do novo presidente Donald Trump, mas aqueles que estão para vir que estão a exercer forte pressão sobre o conjunto da União Europeia. Na primeira vez que, depois de decididas, Trump referiu as novas tarifas às importações para o interior do mercado norte-americano, deixou um aviso devastador para a União Europeia (UE). Já se sabia que, a partir de 1 de fevereiro, as importações de produção do México e do Canadá vão ser taxadas com 25% e que as oriundas da China irão até aos 10%. Mas Trump ainda não tinha dito que “a China é má, mas a União Europeia é muito má para os Estados Unidos” – estabelecendo uma espécie de ranking onde os 27 são um perigo maior que a própria China para a economia norte-americana. E especificou: “trataram-nos muito mal, não compram os nossos carros e não compram principalmente os nossos produtos agrícolas”. Vale a pena recordar que os produtos agrícolas (e agropecuários) são uma das partes mais importantes do novo (e ainda não totalmente especificado) acordo Mercosul-União Europeia – pelo que é de temer uma especial atenção de Trump sobre a matéria.