Os custos da mão-de-obra levaram a que os custos da construção de habitação nova aumentassem em 2,3% no mês de julho em termos homólogos. Os dados divulgados no final da semana passada, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), mostram que o custo da mão-de-obra disparou 7,7% no sétimo mês do ano.
Os mesmos dados indicam que os custos de construção de novas habitações aumentaram mais de 2% face a julho de 2022 mas que caiu 0,5 pontos percentuais em relação a junho.
No fundo, isto significa que o custo da construção tem estado a cair em termos anuais. Ou seja, o preço da construção está a estabilizar depois da situação vivida no ano passado, onde o sector estava a ser impulsionado pelo custo dos materiais, que vinham do estrangeiro e estavam a sofrer atrasos e um aumento dos preços.
"O preços dos materiais apresentou uma variação homóloga de -1,5% e o custo da mão-de-obra de 7,7%", escreve o INE no relatório. "O custo da mão-de-obra contribuiu com 3,2p.p. para a formação da variação homóloga do índice e os materiais com -0,9 p.p.", lê-se no relatório do órgão estatístico nacional.
Apesar do elevado custo de mão-de-obra, este está a reduzir face ao meses homólogos precedentes.
Entre os materiais que mais contribuíram para a queda estão a chapa de aço macio e galvanizada e os betumes, produtos de construção que apresentaram decréscimos de 25% em termos homólogos, enquanto que produtos energéticos, aço para betão e perfilados pesados e ligeiros e materiais de revestimento, isolamento e impermeabilização evidenciaram descidas de 15%.
Por outro lado, o betão pronto, cimento, tintas, primários, subcapas e vernizes apresentaram crescimentos homólogos na ordem dos 10%. Isto significa que os materiais de pintura, em conjunto com o betão e cimento, foram os produtos que impediram uma maior queda do índice.
E em cadeia? Quando a situação é analisada mês após mês, o panorama difere. O índice apresentado pelo INE apresenta uma variação positiva de 0,3% em julho, o que significa que aumentou em termos mensais.
Para esta subida contribuiu o custo dos materiais, que cresceu 0,2% no sétimo mês do ano, e o custo da mão-de-obra em 0,4%. Em maio e junho, os preços dos materiais apresentaram variações negativas, o que significa que diminuíram em termos mensais, mas voltaram a subir em julho.
Já a mão-de-obra sempre se manteve em terreno positivo, sendo que em junho se tinha observado um aumento de 0,7% e em maio de 0,5%.