A parceria pioneira entre a empresa portuguesa Zertive Consulting e a norte-americana IDC - International Data Corporation, que começou em Lisboa, inspirou o mercado de consultoria além-fronteiras. O acordo estratégico entre as consultoras de gestão, tecnologia e estudos de mercado está a ser expandido para Espanha e o plano é alargá-lo a outros países do sul da Europa, como Itália e Grécia, no médio prazo.
O CEO da Zertive disse ao Jornal Económico (JE) que esta sinergia pode gerar ganhos de eficiência para as organizações, uma vez que concilia a prática mais tradicional de consultoria - atividade da Zertive - com o conhecimento sobre perspetivas, tendências e boas práticas globais, o negócio da IDC.
“A IDC tem um posicionamento semelhante ao nosso, ADN de independência e é uma das maiores empresas mundiais de research e advisory na área da tecnologia. Com o apoio dos seus analistas, também ajuda os clientes a tomarem decisões. Em 2016, fizemos um projeto dentro da IDC, piloto a nível mundial, que teve uma grande recetividade no mercado e fez sentido expandir”, explicou Jorge Costa Reis ao JE.
Na sua visão, a consultoria está baseada em conhecimento de mercado, portanto “quanto mais conhecemos as tendências mais rico é o nosso advisory”. “Ao passarmos a ter uma presença ativa em dois países, um deles cinco vezes maior do que o nosso, dá robustez a esse aconselhamento e permite abordagens mais transversais do grupo”, crê o CEO.
Por exemplo, se um(a) consultor(a) estiver a trabalhar uma estratégia de e-commerce para uma empresa em Portugal com negócios em Espanha pode fazer sentido executá-la nos dois países. E uma empresa que pretende alargar os modelos de governance que tem em Espanha para a subsidiária em Portugal? O processo de preconização também se torna mais fácil para o(a) consultor(a). “Espanha surge de uma forma natural pela proximidade geográfica e por haver muitos clientes que estão nos dois mercados ibéricos. Como temos uma economia cada vez mais digital, o negócio dessas empresas até já se confunde com tecnologia”, afirma Jorge Costa Reis.