Se é daqueles que acha que poupar pode ser um desafio hercúleo, ou chega ao final do mês a contar ‘tostões’, existem algumas das estratégias que o podem ajudar não só a poupar mais como também a ter mais dinheiro no bolso. Estas são algumas sugestões deixadas pelos especialistas consultados pelo Jornal Económico (JE) que lhe podem ajudar a alocar 20% do seu dinheiro à poupança.
Sérgio Gonçalves, especialista em finanças pessoais, recomenda a fórmula 50/30/20. Ou seja, 50% das verbas para necessidades onde se inclui faturas da água, eletricidade, gás, compras, etc…, 30% a gastos não essenciais, e 20% para a poupança.
Já a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco) sugere que no mínimo 20% das verbas mensais deve ser colocado em poupança ou fazer investimentos financeiros. A fórmula 50/30/20 é também aconselhada pela associação.
A fundadora da empresa de literacia financeira MoneyLab, Bárbora Barroso, sugere, em declarações ao JE, que se deixe 10% do rendimento à poupança mas que qualquer percentagem que se consiga alocar à poupança é um bom passo.
Bárbora Barroso propõe também que 35% do orçamento deve estar alocado à habitação, um valor que pode ir até aos 40%, contudo este valor diz a fundadora do MoneyLab já deve representar um alerta.
“Tenha um fundo de emergência para evitar recorrer a crédito em tempos imprevistos”
Entre outras sugestões de Sérgio Gonçalves para gerar poupança está, por exemplo, “pagar-se a si mesmo primeiro” através da criação de um fundo de emergência. “Reserve uma parte do seu salário para a poupança. Considere isso como uma despesa essencial. Tenha um fundo de emergência para evitar recorrer a crédito em tempos imprevistos, mantendo assim os seus objetivos intactos”, diz Sérgio Gonçalves.
A mesma sugestão é partilhada pela pela coordenadora do Gabinete de Proteção Financeira da Deco, Natália Nunes, que considera também que a organização pessoal/familiar e a elaboração de um orçamento mensal é um passo “fundamental” para poder gerar poupança. E acrescenta que outro mecanismo para poupar passa pela eliminação de despesas não essenciais.
Sérgio Gonçalves sugere também que se faça um orçamento “com rigor” e que seja “revisto regularmente”, porque a base da poupança passa por “conhecer os seus gastos”.
No entender de Sérgio Gonçalves, a elaboração de um orçamental mensal detalhado vai permitir que identifique áreas onde pode gerar poupanças.
Outro passo para a poupança, no entender de Sérgio Gonçalves, passa pela eliminação de dívidas desnecessárias. “Dívidas consomem recursos valiosos. Elimine dívidas desnecessárias e concentre-se em reduzir as que são inevitáveis”, diz Sérgio Gonçalves.
Poupança deve ser encarada com um encargo financeiro regular
Natália Nunes alerta que se deve prestar atenção às fontes de informação e os investimentos em produtos que “desconhecemos ou não entendemos”, bem como fazer revisão e renegociação dos contratos. No fundo, encarar a poupança “como um encargo regular”.
Para poupar é importante também “estabelecer metas claras”, diz Sérgio Gonçalves. Isto traduz-se em metas que sejam “realistas e específicas”. Para Sérgio Gonçalves isso vai permitir gerar poupança “de forma consistente”.
Outro mecanismo passa pela automatização da poupança. “Configure transferências automáticas para a sua conta de poupança. Isso garante que a poupança seja uma prioridade antes de qualquer outro gasto”, sugere Sérgio Gonçalves.
Também pode comparar preços e negociar. Com as poupanças que gira neste cenário pode utilizar o dinheiro para alocar para a poupança, diz Sérgio Gonçalves.
Outra sugestão de Sérgio Gonçalves passa pela educação financeira e pelo investimento. “Não deixe o dinheiro parado. Considere opções de investimento que se alinhem com os seus objetivos de poupança a longo prazo”, diz o especialista em finanças pessoais.
Natália Nunes deixa mais conselhos: a poupança deve ser investida de “forma diversificada” por vários produtos e instituições de forma a “diminuir o risco” e a poupança para a reforma “deve ser iniciada desde cedo”.