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Coligação do PS durou pouco: JPP e liberais disseram "não" e BE criticou IL e PAN como "satélites" do PSD

No dia seguinte ao chumbo do Orçamento Regional, e com uma moção de censura a ser discutida a 17 de dezembro, no Parlamento, que pode derrubar o Governo, o presidente do PS Madeira, Paulo Cafôfo, sugeriu, na terça-feira, uma coligação pré-eleitoral entre PS, JPP, Iniciativa Liberal, PAN e Bloco de Esquerda.

O plano do presidente do PS Madeira, Paulo Cafôfo, de uma coligação pré-eleitoral, proposto na terça-feira, que juntaria socialistas, Juntos pelo Povo (JPP), Iniciativa Liberal (IL), e Bloco de Esquerda (BE), foi rejeitado no dia seguinte, conforme referiram os líderes partidários ao Económico Madeira (EM).

"Não" e "de forma nenhuma", foi desta maneira que o secretário-geral do JPP, Élvio Sousa, e o líder da IL Madeira, Gonçalo Maia Camelo, responderam aos planos de Cafôfo, como referido pelo Económico Madeira.

O plano de Cafôfo foi também criticado pelo deputado liberal com assento na Assembleia da Madeira, Nuno Morna.

No blog 'Madeira mais Liberal', Nuno Morna considerou que a coligação proposta por Cafôfo era "simultaneamente, uma piada de mau gosto e um estudo de caso em indigência política".

Nuno Morna comparou a coligação proposta pelo PS a um espetáculo circense.

"Não é uma coligação; é um espetáculo circense. Um "saco de gatos" seria um elogio: aqui temos gatos, cães, cabras e, pelo meio, um ou outro pavão. E tudo isto, claro, sob a batuta de Cafôfo, o visionário que se julga maestro, mas que não passa de um animador de karaokes políticos", afirmou Nuno Morna.

Uma postura de maior abertura foi transmitida pelo PAN. A líder regional e também deputada na Assembleia da Madeira, Mónica Freitas, referiu ao EM, que o assunto seria debatido na Comissão Política, que se realizou na quarta-feira.

O plano de Cafôfo, apresentado na terça-feira, levou a que o PAN introduzisse esse ponto na discussão da Comissão Política que já estava marcada para a passada quarta-feira.

A líder do PAN Madeira clarifica que a reunião visa discutir "a situação política atual", não sendo "exclusivamente" sobre a proposta de pré-coligação eleitoral do PS.

Chega critica "estratégia desesperada"

O Chega criticou as intenções de Cafôfo classificando a coligação pré-eleitoral, sugerida pelo socialista, como uma "estratégia desesperada".

A força partidária acrescentou que a união, sugerida pelo PS, é o "reflexo mais claro do desnorte e do vazio estratégico que o PS atravessa, um partido que demonstra estar disposto a tudo para conquistar o poder, mesmo que para isso tenha de se aliar a forças políticas com ideologias contraditórias e irreconciliáveis".

O Chega considerou que o PS "não tem norte, não tem rumo" e "não tem um projeto sério" para a Madeira.

BE diz que proposta do PS é "pouco credível"

O BE, que perdeu o assento parlamentar após as eleições regionais antecipadas, de maio, criticou também a proposta de Cafôfo considerando-a "extemporânea e pouco credível".

A líder do BE Madeira, Dina Letra, referiu ao EM, que a convergência se deve fazer entre "quem tem credibilidade de alternativa, o que não inclui partidos-satélite" do presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, como a IL e o PAN.

"Em vez de contactos para um programa alternativo à governação do PSD Madeira e seus satélites, o PS preferiu fazer uma manobra mediática de curto alcance, como se confirma pela recusa do JPP, já anunciada. O BE está disposto a diálogos construtivos para que a esquerda ganhe força no parlamento regional e se torne decisiva para afastar o PSD", afirmou a líder bloquista madeirense.

Plano de Cafôfo surge depois do chumbo do Orçamento

Na segunda-feira a Assembleia da Madeira rejeitou a proposta de Orçamento do Governo Regional, presidido por Miguel Albuquerque, com o "não" do PS, JPP, IL, Chega, e PAN. No dia seguinte, Cafôfo surge com a intenção de estabelecer uma coligação pré-eleitoral com JPP, IL, PAN, e BE.

O líder socialista surge com este plano quando o Parlamento da Madeira discute a 17 de dezembro uma moção de censura apresentada pelo Chega. JPP e PS já admitiram viabilizar a moção de censura, o que, a confirmar-se, levaria ao derrube do Governo.

Perante este cenário de queda do Governo, e convocação de eleições regionais antecipadas, que seriam as terceiras desde setembro de 2023, o líder socialista pretendia com a pré-coligação eleitoral encontrar uma governação "estável" para a Madeira.