O CCA ON pretende ser um centro de reflexão, de formação e de agregação do conhecimento com a finalidade de apoiar toda a comunidade jurídica a enfrentar os desafios pessoais e profissionais dos próximos anos, resultantes do desenvolvimento da tecnologia. “O projeto nasce da observação e da constatação básica de que o mundo está em permanente mudança (até aqui sem novidade...), mas que a revolução digital que atualmente vivemos está a mudá-lo e a mudar os nossos hábitos de forma muito acelerada, não dando tempo nem espaço para nos adaptarmos e adaptarmos a nossa forma de trabalhar e até de ver o mundo”, explica Rita Cruz, sócia da CCA e responsável pelo CCA ON ao Jornal Económico.
O centro quer contribuir para essa adaptação. “Desde a maneira como gerimos a nossa relação pessoal com a profissional; ao aproveitamento das diferentes perspetivas com que as gerações olham e tratam a tecnologia; até ao melhor entendimento da mudança que se está a fazer sentir por todo o tecido empresarial. Todos os1setores, até os mais conservadores, viram-se obrigados a reinventar e adaptar-se a esta “revolução tecnológica e digital”: a banca (fintech), os seguros (insurtech), a saúde, as farmacêuticas, a biomedicina, os transportes (nunca como hoje se assistiu a novas formas de mobilidade) e, naturalmente, a advocacia”, diz a advogada,
Para conseguir cumprir esses objetivos existem parceiros nos sectores estratégicos com que pretende interagir: A Emotional Business Academy (“EBA”), que é uma academia dedicada à formação e à disponibilização de competências de desenvolvimento do potencial humano; as universidades, quer no plano da partilha do saber, quer no plano dos próprio estudantes (a ELSA, por exemplo é parceira), pois entendem que é fundamental a interação geracional; as empresas, sobretudo as que têm uma vertente tecnológica, quer para partilharem a sua visão do sector onde operam, quer para, elas próprias, serem formandas do CCA ON. “Por último, o CCA ON está também a celebrar protocolos com diversas organizações, sobretudo no âmbito da inovação social, que apresentem projetos auto-sustentáveis que visem transformar o terceiro sector”, afirma Rita Cruz.
Sobre o que é que um novo advogado necessita de saber sobre as novas tendências da comunicação, a especialista deixa um aviso: “O novo advogado tem que entender que a advocacia é também inovação. Que é um sector que está a sofrer mudanças visíveis. Estas mudanças estão a operar quer do ponto de vista interno, na adaptação das sociedades de advogados ao mundo tecnológico – “legatech” e à robótica – e no papel que o advogado tem que passar a desempenhar, concentrando-se naquilo em que pode acrescentar valor, quer do ponto de vista externo, na relação do advogado com os clientes, na medida em que estes têm outras e novas necessidades, que o advogado tem que acompanhar e saber suprir”.