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Câmara do Funchal entrega prémio Maria Aurora com objetivo de promover a igualdade de género

A sétima edição do Prémio Municipal Maria Aurora, atribuído pela Câmara do Funchal sob a temática “igualdade de género”, teve este ano duas vencedoras: a escritora Jessica Ornelas, com o conto “O Poço”, e a realizadora Elizabeth Vieira, com o documentário “Liberdade para Sonhar”.

A sétima edição do Prémio Municipal Maria Aurora, atribuído pela Câmara do Funchal sob a temática “igualdade de género”, teve este ano duas vencedoras: a escritora Jessica Ornelas, com o conto “O Poço”, e a realizadora Elizabeth Vieira, com o documentário “Liberdade para Sonhar”.

Em declarações ao Económico Madeira, as duas vencedoras aceitaram partilhar as suas ideias sobre o estado da igualdade de género em Portugal e na Madeira, as desigualdades geracionais e sociais na região e a forma como os seus trabalhos abordam estas questões.

Para Jessica Ornelas, “a Madeira é talvez das regiões portuguesas que mais sofreram o atraso social e cultural causado pelo Estado Novo”, pelo que considera especialmente importante destacar estas histórias de opressão de género no contexto regional.

Pelo contrário, Elizabeth Vieira não considera o contexto madeirense particularmente propício a imposições patriarcais, remetendo para a universalidade do problema e para o facto de ter havido já muito progresso no que toca aos direitos das mulheres.

“Aos meus 27 anos não estou casada, não tenho filhos, não comprei uma casa, não tenho um carro, e os meus avós consideram-me uma mulher de sucesso”, orgulha-se.

Por coincidência, o conto “O Poço”, de Jessica Ornelas, também ilustra essa mudança e a modernização de mentalidades nas gerações mais antigas, ao contar a história de uma senhora idosa que aceita o seu sobrinho transgénero apesar de ela mesma ter vivido toda a vida sob duras imposições patriarcais de papéis de género.

Assim, Jessica Ornelas exprime também o seu otimismo em relação ao progresso na igualdade de género. “Basta olhar para os muitos programas feitos pelas várias câmaras municipais da Madeira, nomeadamente a do Funchal, para ver como essa evolução é cada vez mais encorajada e levada a sério pelos nossos governantes regionais”, realça a escritora.

A realizadora Elizabeth Vieira não deixa de apontar para uma “luta diária” e um “caminho gigante” que é ainda preciso travar nesta temática, não descurando as vitórias que recorda já terem sido conquistadas. O seu documentário aborda precisamente esta questão: a “liberdade para sonhar” apesar de todos os constrangimentos de género impostos às “três Marias”, cujas histórias são apresentadas no documentário.

O Prémio Maria Aurora, designação dada em homenagem à escritora e jornalista Maria Aurora, é promovido pela Câmara do Funchal com períodicidade anual e oferece três mil euros ao trabalho vencedor. Nesta edição esse valor será repartido pelas duas vencedoras, Jessica Ornelas e Elizabeth Vieira.

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