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Artista japonesa apresenta “My Hidden Creatures” como exercício de introspeção e descoberta

Exposição da artista japonesa Hanamaro Chaki é uma das apostas da galeria de arte Restock e estará disponível para visita até à vespera de Natal. Neste trabalho, Chaki utiliza a pintura como um “canal” para exprimir aquilo que não é visivel ou óbvio à primeira vista, dando a conhecer as “criaturas escondidas” dentro de si.

A exposição “My Hidden Creatures” da artista japonesa Hanamaro Chaki, convida-nos a desempenhar um trabalho introspetivo com as nossas emoções, sejam negativas ou positivas e, por sua vez, conetarmo-nos com a obra.

A pintora partilhou com o Económico Madeira que já desde criança sabia que este era o seu papel a desempenhar no mundo. “Sempre foi muito claro que iria fazer isto toda a vida”, diz, com orgulho. Mas aperceber-se de como iria usar este talento para o bem não foi sempre óbvio, tendo sido um processo gradual de introspeção e autoconhecimento. “Pouco a pouco, comecei a ver, objetivamente, o significado deste gosto pelo desenho”, explica.

A artista considera que a pintura e o desenho são “uma forma de exprimir o que está a acontecer comigo”, mas que todos “temos muitas emoções e sentimentos acumulados, só que não os reconhecemos”. É precisamente com o desenho que Hanamaro concretiza um trabalho de expressão mas também de introspeção e descoberta de si mesma.

O significado do nome desta coleção, “My Hidden Creatures” (criaturas ocultas) começa a desvendar-se. “O desenho é um canal que tenho que me ajuda a visualizar aquilo que não é visível”, daí este talento constituir várias “criaturas que estão fora de mim mas que me utilizam”, de uma forma “natural”, sem a artista poder controlar.

Assim, Hanamaro encontrou na pintura uma ferramenta de interpretação dos seus sentimentos.

O objetivo a alcançar com a sua arte passa também por “tirar o preconceito de que as coisas negativas que sentimos têm que ser escondidas”, visto que são universais. Daí as emoções negativas terem um papel importante na obra da artista, quase como uma espécie de “confissão” de forma a expressar más emoções de forma socialmente aceitável em vez de as reprimir. “Se não tivesse este canal com que me expressar, talvez seria considerada louca ou teria que gritar ou exprimir raiva com mais frequência, e iria expressar as minhas emoções de uma forma menos ideal”, brinca. Assim, a arte é uma forma de assegurar que essas emoções não “conquistem” a artista.

Também comunicação com os espetadores é algo que a japonesa valoriza entusiasticamente e que considera como uma experiência “inesquecível”, dizendo que, frequentemente, estes reconhecem nos seus desenhos as emoções que procura traduzir.

Em relação à sua experiência na Madeira, Hanamaro Chaki declara que se sente “aceite incondicionalmente” e vê os elementos de natureza que abundam na região, como as florestas e, particularmente, o mar, como mecanismos que “ordenam a complicação da vida”, lembrando que, no fundo, esta é mais simples do que pensamos.

A exposição “My Hidden Creatures”, de Hanamaro Chaki, está disponível para visita até à véspera de Natal, 24 de dezembro, na galeria Restock, Rua do Hospital Velho, n.º28, Funchal, de segunda a sexta-feira, das 11h00 às 16h00, e das 11h00 às 13h00 aos sábados.

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