A startup austríaca Subdron Gmbh, especializada em navegação autónoma subaquática, anunciou esta terça-feira que levantou 1,3 milhões de euros numa ronda de investimento pré-seed, que envolveu investidores portugueses e permitir-lhe-á abrir uma subsidiária na cidade do Porto.
O financiamento foi coliderado pela sociedade de capital de risco Xista Science Ventures, que tem a sede também na Áustria e gere um fundo focado em avanços científicos, e a lisboeta Faber, através do seu fundo de tecnologia climática ligado aos oceanos. Entre os investidores esteve também a Saber Gmbh.
O montante captado por esta empresa tecnológica, que faz processamento de dados para inspeções debaixo de água, será utilizado para investir num escritório em Portugal, expandir a equipa de engenharia com mais quatro pessoas e desenvolver a tecnologia (hardware e software) que criaram, destinada a fazer inspeções autónomas em infraestruturas subaquáticas, como instalações portuárias e cascos de navios.
"Este investimento substancial vai impulsionar a nossa missão de revolucionar a indústria de inspeção subaquática, trazendo mudanças transformadoras que aumentam a eficiência, reduzem os custos e melhoram a sustentabilidade geral da gestão de infraestruturas subaquáticas", diz o fundador e CEO da Subdron Gmbh, Thomas Vonach.
Para o investidor Carlos Esteban, sócio da Faber, é uma tecnologia com potencial para descarbonizar significativamente a indústria do transporte marítimo. “Embora seja mais eficiente do que o transporte terrestre ou aéreo, o transporte marítimo é responsável por cerca de 3% das emissões globais de CO2. A bioincrustação no casco do navio pode aumentar significativamente o consumo de combustível e as emissões de CO2. Assim, dados mais baratos, rápidos e precisos sobre bioincrustação, como o sistema subdrone irá fornecer, levariam a planos otimizados de limpeza do casco”, argumenta.
"Tem o potencial de revolucionar várias indústrias, desde o sector marítimo e de transporte até à monitorização energética e ambiental”, acrescenta Bernhard Petermeier, sócio da Xista Science Ventures.
Onde é que o Porto entra neste processo? Segundo a Subdron, como é uma zona costeira, com acesso a um porto como o de Leixões, “será estratégica para a empresa estabelecer colaborações com centros de investigação em robótica marinha locais, estabelecer contactos com empresas de transporte marítimo e iniciar a comercialização dos seus serviços”.
O Jornal Económico sabe que a Subdron, cuja sede se localiza Lauterach, emprega seis pessoas e atingirá assim a dezena de trabalhadores no âmbito deste recrutamento.