O novo ano letivo arranca em setembro e já existem greves anunciadas, apontou, ao Jornal Económico, o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima.
O representante da ANDAEP explicou que a associação estava "à espera da decisão do Presidente da Republica, que não foi alinhada com as pretensões dos professores".
De recordar que a 21 de agosto Marcelo promulgou o diploma sobre a carreira dos professores. "Atendendo à abertura, incluindo na presente legislatura, constante das últimas versões dos diplomas, para a questão da contagem do tempo de serviço, o Presidente da República promulgou o diploma do Governo que estabelece um regime especial de regularização das assimetrias na progressão na carreira, dos educadores de infância e dos professores dos ensinos básico e secundário dos estabelecimentos públicos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário", publicou o palácio de Belém.
"Mesmo antes desta decisão já havia ameaças de greve", disse Filinto Lima, indicando que mais greves poderão vir a acontecer. "Ou seja, eu penso que vamos ter um arranque de ano letivo onde, de facto, a luta dos professores, que vem deste ano que está a terminar, vai continuar", antecipou.
Para o líder da ANDAEP "a dúvida é se será com a mesma intensidade ou com menor intensidade porque, na verdade, o novo diploma abrange 65 mil docentes".
No entanto, da parte dos professores tudo está a ser feito para que o arranque do ano escolar decorra tranquilamente. "Nós diretores, nos últimos meses, programámos, com o apoio do Ministério da Educação, o próximo ano letivo da melhor forma possível. Tudo fizemos, e estamos a fazer, para que o arranque e o próximo ano letivo decorra dentro da normalidade com paz e estabilidade".
No entanto, "no horizonte já há previsão de greves para outubro, no âmbito do dia mundial do professor, e outras podem acontecer antes e isto não é benéfico para a escola, nem para o processo de ensino e aprendizagem", destaca a associação.