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Angola aprova empréstimo de 162,76 milhões para acelerar diversificação económica

Financiamento do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) será canalizado para a primeira fase do Programa de Apoio à Governança Económica e Resiliência do país, uma iniciativa de dois anos direcionada para o reforço da governança fiscal e o financiamento ao sector privado na agricultura.

Angola vai receber um financiamento de 162,76 milhões de dólares (156,75 milhões de euros) do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), que serão canalizados para a primeira fase do Programa de Apoio à Governação Económica e à Resiliência do país (EGRSP).

A celebração do acordo de empréstimo recebeu luz verde do presidente da República, João Lourenço, esta terça-feira, que delegou competência no Ministério das Finanças.

De acordo com o BAD, o programa em causa, com uma duração de dois anos, "irá acelerar a diversificação económica de Angola através do reforço da governação orçamental e do aumento da participação do setor privado, particularmente na transformação da agricultura resiliente ao clima".

Segundo o despacho ao qual o jornal angolano "Novo Jornal" teve acesso, o montante servirá para garantir "recursos financeiros para a execução do EGRSP, com vista a aumentar a eficiência e a transparência das despesas públicas para apoiar a resiliência económica e o crescimento verde".

O empréstimo foi aprovado pelo Conselho de Administração do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento em novembro do ano passado.

"Desde 2017, Angola alcançou a estabilidade macroeconómica através de reformas económicas significativas. No entanto, persistem desafios, incluindo a diminuição das receitas das exportações de petróleo e o elevado peso da dívida. Para sustentar e atingir os seus objetivos de crescimento, Angola pretende empreender reformas adicionais para fazer avançar a sua agenda de diversificação económica, particularmente na agricultura – um setor crítico para os meios de subsistência e a segurança alimentar. O programa também aborda as vulnerabilidades climáticas que colocam riscos ao desenvolvimento sustentável", é possível ler no comunicado emitido pelo BDA aquando da aprovação do financiamento.

De acordo com o representante do BAD, Pietro Toigo, o financiamento também vai ajudar o país a reduzir os custos de empréstimos e a promover um ambiente mais favorável aos negócios no setor agrícola.Desde junho do ano passado, a instituição financeira já garantiu uma quantia em torno de 1,2 mil milhões de dólares (1,1 mil milhões de euros) para 14 projetos no país.

Pietro Toigo, representante residente do BAD em Angola, olha para o Programa de Apoio à Governação Económica e à Resiliência como "uma peça-chave na estratégia do Banco em Angola, que visa gerar crescimento inclusivo e empregos decentes através da transformação agrícola e de infraestruturas sustentáveis".

"As medidas incluídas no programa de reformas criam as condições prévias para estimular a diversificação económica liderada pelo setor privado, com enfoque na agricultura, na indústria transformadora e no comércio, que têm o maior impacto na criação de emprego sustentável e na geração de rendimentos", explica o mesmo responsável, citado na mesma nota.

Em janeiro, o governo de Angola assinou um outro acordo com o BAD - no valor de cerca de 79 milhões de dólares - para financiar o projeto “Crescer”, tendo em vista "assegurar os meios de financiamento para facilitar o acesso ao crédito para as startups, bem como para as micro, pequenas e médias empresas, aprimorar o quadro regulatório e fortalecer a qualificação profissional dos jovens".