Aos 11 de Novembro de 1975, após a celebração dos Acordos de Alvor, Angola, até então colónia portuguesa, declarou a sua independência. A busca pela emancipação política teve, na sua base, a reivindicação pelo princípio da autodeterminação dos povos, no que tange à exploração dos recursos naturais, em benefício daqueles que eram marginalizados pela doutrina vigente. A subjugação da colónia reflectia-se em dois aspectos principais. Por um lado, na dimensão económica, a riqueza criada em território africano beneficiava, maioritariamente, a elite da Metrópole e enquadrava-se numa organização política deveras distanciada dos seus destinatários. Por outro lado, na componente social, a concentração da renda num grupo restrito, as leis segregacionistas e a exclusão na participação política por parte da população indígena conduziram à marginalização tribal, o que conferiu absoluta legitimidade aos movimentos de libertação nacional.