É sempre difícil tirarmos as medidas às mudanças que acontecem no nosso tempo. A hiperindustrialização contemporânea transbordou há muito da indústria dos objectos, industrializando a vida animal, os ecossistemas, as paisagens turísticas, com todo o perigo que isso implica do ponto de vista da sustentabilidade do planeta e das razões de uma convivialidade melhor. Mas hoje temos também uma indústria das subjectividades, que produz intensivamente desejos, emoções e crenças para massas de consumidores, como se produzisse carros, e que as engorda e igualiza como frangos ou fruta normalizada.