Skip to main content

Ações da Ryanair caem mais de 17% em dia de resultados dececionantes

Numa companhia com um market cap de 15,36 mil milhões de euros, a desvalorização em bolsa significa um tombo de mais de 2,7 mil milhões de euros num dia. 

No dia em que anunciou resultados considerados dececionantes no seu primeiro trimestre (de abril a junho), as ações da Ryanair caíram mais de 17%. Numa companhia com um market cap de 15,36 mil milhões de euros, a desvalorização em bolsa significa um tombo de mais de 2,7 mil milhões de euros num dia.

Antes da abertura do mercado, a companhia aérea irlandesa liderada por Michael O’Leary anunciou uma queda de 46% nos lucros do trimestre (abril, maio e junho), bem como uma antevisão preocupante para o trimestre seguinte: uma descida maior do que o esperado nas tarifas que vai cobrar nos meses de verão. No fecho da sessão na Euronext Dublin, os titulas da Ryanair caíam 17,15%, para 13,625 euros.

Ainda assim, a companhia de aviação low-cost registou lucros de 360 milhões de euros naquele no primeiro trimestre, cerca de 46% abaixo dos 663 milhões euros obtidos no mesmo período do ano passado.

A justificar este resultado, explicou a Ryanair, estão as tarifas previstas para este verão (que ficarão abaixo do inicialmente estimado) e no facto de o período da Páscoa (que tradicionalmente faz aumentar o tráfego) ter calhado no trimestre anterior. Isto apesar de a companhia ter aumentado em 10% o tráfego de passageiros nos três meses em análise, para 55,5 milhões de passageiros.

No entanto, para este verão a Ryanair prevê a maior operação de sempre, com 200 novas rotas e cinco novas bases. Ainda assim, o CEO do grupo Ryanair, Michael O’Leary, afirmou em comunicado que as tarifas deverão ser mais baixas do que o estimado nos meses de verão (habitualmente os mais fortes para as companhias).

O’Leary acrescentou que é ainda demasiado prematuro para fazer previsões sobre como vai correr o resto do ano financeiro da companhia. O CEO do Grupo Ryanair estará hoje em Lisboa para apresentar as mais recentes novidades operacionais da companhia aérea low-cost, mas é previsível que enfrente várias perguntas dos jornalistas sobre os mais recentes resultados da empresa.

“Tal como é normal nesta altura do ano, temos uma visibilidade de quase zero para o Q3 (terceiro trimestre) e o Q4 (quarto trimestre), ainda que o Q4 não vá beneficiar do mesmo efeito da Páscoa do ano passado, que foi mais cedo. É muito cedo para avançar linhas de análises do que será o FY25 (o ano de 2025 como um todo), mas te os esperança de que o possamos fazer nos resultados do primeiro semestre, em novembro”, salientou.

A empresa refere também que os custos operacionais cresceram 11%, para 3,26 mil milhões de euros, enquanto as receitas caíram 1%, elevando o volume de negócios total no primeiro trimestre para 3,63 mil milhões de euros.

O diretor-geral da Ryanair, Michael O'Leary, disse, em comunicado, que espera transportar até 200 milhões de passageiros durante o ano fiscal em curso (mais 8%) desde que os atrasos sofridos nos últimos meses na entrega dos aviões encomendados à Boeing "não se agravem".

A interrupção do fornecimento de aviões pelo construtor norte-americano já obrigou a Ryanair a reduzir o seu programa de voos durante a atual época de verão.

Além da Ryanair, também outros companhias registaram quedas nas bolsas, caso da Easyjet, que caiu 6%, enquanto a Jet2 desceu 4% e a companhia húngara WizzAir deslizou igualmente 6%.