"A Automação tem uma implementação rápida durante as recessões económicas, e permanecem para além delas” - Daron Acemoglu, Economista IMT Durante o último ano, sobretudo nas alturas de maiores restrições por virtude da pandemia e que forçaram ao confinamento, trabalhar a partir de casa tronou-se um hábito incontornável para uma boa parte da população. Estas alterações trouxeram uma alteração da perceção tradicional sobre a dependência do trabalho relativamente ao local físico de trabalho – o escritório da empresa pode estender-se com teletrabalho, as escolas podem continuar a funcionar com soluções de ensino virtual, e a utilização digital para produtos de consumo (como supermercados), ou serviços (como consultas médicas) aumentou de forma significativa. À medida que esta transformação digital se for tornando mais permanente, muitos sectores irão adaptar-se a uma era de maior investimento em maior autonomia e flexibilidade do emprego, e também em sistemas de maior tecnologia nas linhas de produção. Ou seja, o Covid-19 pode ter espoletado um novo ciclo de automação que pode causar uma significativa perda de postos de trabalho tradicionais nos próximos anos. Esta transformação estrutural pós-covid, irá exigir também uma alteração profunda da forma como os programas de recuperação das economias afetadas vão ser aplicados.