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Um ascensor avariado?

A pandemia ajudou a pôr a nu os limites e distorções da lógica mercantilista do neoliberalismo, designadamente em áreas decisivas como a saúde e a educação. Alterou ritmos de vida, conceções de tempo e de espaço e abriu caminho a novas dinâmicas de empreendedorismo e de negócio, mas também estimulou novas patologias sociais e vulnerabilidades.

Uma sociedade meritocrática é aquela onde a mobilidade social e as classes médias ganharam solidez, na sequência de uma saudável igualdade de oportunidades na base do talento e capacidades de cada um. Nas democracias liberais do Ocidente a bandeira da “meritocracia” tornou-se um desígnio político das elites transformadoras ao longo do século XX. Mas, ao mesmo tempo, quer a “mão invisível” do mercado, quer a ação interventiva do Estado não só não superaram as barreiras de classe, como permitiram que os mecanismos de reprodução permanecessem mais fortes do que as portas da mobilidade social ascendente.

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