Uma sociedade meritocrática é aquela onde a mobilidade social e as classes médias ganharam solidez, na sequência de uma saudável igualdade de oportunidades na base do talento e capacidades de cada um. Nas democracias liberais do Ocidente a bandeira da “meritocracia” tornou-se um desígnio político das elites transformadoras ao longo do século XX. Mas, ao mesmo tempo, quer a “mão invisível” do mercado, quer a ação interventiva do Estado não só não superaram as barreiras de classe, como permitiram que os mecanismos de reprodução permanecessem mais fortes do que as portas da mobilidade social ascendente.