Quando, a 20 de janeiro de 2009, Barack Obama se tornou o 44º presidente dos Estados Unidos, o primeiro afro-americano a atingir um dos desígnios de Martin Luther King, o país estava ainda na ressaca do desaparecimento do Lehman Brothers e em plena pandemia global causada pela crise do ‘subprime’. Obama sabia que iria enfrentar uma das piores conjunturas económicas dos Estados Unidos desde outubro de 1929 e foi isso mesmo que sucedeu: o desemprego aumentou (chegou a um recorde de 10,3%, o mais alto em três décadas); a economia fazia desaparecer 800 mil postos de trabalho por mês; o crescimento do PIB acabou por ser negativo nesse ano (menos 2,8%); o mercado de capitais estava praticamente estagnado; e o rendimento médio das famílias estava em níveis de 1996 – entre muitos outros indicadores que serviriam para traçar um quadro muito negro da maior economia do mundo. ‘Last but not least’, 48 milhões dos seus concidadãos não tinham acesso aos cuidados de saúde por não terem seguro.